domingo, 14 de fevereiro de 2010

Divagando

Ontem tive um dia infernal. E mais uma vez parei para ver Amor e inocência (Becoming Jane, 2007). Jane Austen em toda e qualquer forma é meu remédio em muitas situações. Exatamente quando as pessoas deixaram de ser dignas, gentis, os amores grandiosos? Eu acho que foi com a invensão da TV. Todo mundo passou a ser paranóico. Ninguém mais é feliz o suficiente. Sempre quer mais, espera mais, deseja mais, busca mais... o BBB sempre é mais divertido que a vida, as mulheres incríveis, as casas imensas... e todo mundo infeliz.
Em tempos de Austen, ser feliz era sobreviver, ter porcos e batatas e a sorte de casar bem. E se de repente o amor cruzasse o seu caminho e fosse bem provido de dote, tanto melhor.
Tenho trabalhado muito ultimamente. Tenho esse defeito. Me afundo nas coisas. Para não pensar o quanto estou infeliz. Terapêutico, não?
Um amigo querido me diz que a culpa todo é dos filmes e que a única maneira e encontrarmos alguém e sermos felizes é encontrando alguém com as mesmas referências que você. Ou seja, se apaixonar por um cara que gosta de Vitor e Leo se suas idéia de amor é Jane Austen com Morrisey. Não existe meio do caminho e a vida, meu bem, não anda.
Mas voltando a encontros inacreditáveis, tenho essa amiga vegetariana que estranhamente não gosto muito de salada. E não come manjericão mas sempre pede pizza margarita e retira com todo o cuidado o manjericão. Não é que ela achou um moço carnívoro que tira o manjericão e o tomate da pizza margarita mas se recusa a pedir a mussarela pelo mesmo motivo que ela. Porque não gosta de comer a folha do manjericão mas adora o gostinho que deixa no queijo!



Um comentário:

Unknown disse...

Pequenos traços de prazer e de vida: Chandon, Jane Austin, manjericão, pizza marguerita, samba, Morrissey, chuva na cara, beijo, cheiro de flor, de mar, uma sopa quente em noite fria. Aliás,
*"Uma sopa é um sacramento de intimidade: um objeto físico, presente, no qual vive uma felicidade que se teve, ausente."
*Rubem Alves