domingo, 27 de junho de 2010

Desejo

"Em que rua te escondes?
É terrível não poder adivinhar teu sorriso.
Não te quero sempre ao meu lado, também não te quero vagando por aí.
Que sei teu coração vagabundo e o quanto encantas a mim.
Se disser que não como, choro ou estou triste, sabes que menti.
Mas te juro, tua ausência é presente aqui."

Vagante - Urbanda

Por que para andar para frente sempre preciso voltar para trás? E lembrar que certa tarde encontrei um amor de bicicleta quando ele ia para a aula de violão; que odiei um amor a primeira vez que o vi e nunca mais o esqueci até que o esqueci; que declarei amor a quem não amava por pura vaidade; que gritei na rua com outro depois de muito absinto; que derrubei uma taça de champagne ao ser beijada por um homem lindo em uma festa; que caí da calçada quando conheci outro por quem suspirei por poucos meses; que me deixei amar por retribuição; que fui traída e traí; que discuti muito; que senti frio na barriga e muito medo; que chorei quietinha; que comprei presente; que senti saudade; que sonhei acordada; que magoei e fui magoada... agora, só falta voltar a me apaixonar.

2 comentários:

Marília Silveira disse...

uffa Janaina, texto lindo num fôlego só. Desejaríamos mesmo é sempre nos manter apaixonadas, mas isso só funciona - e aí reside o paradoxo - se forem por diferentes pessoas. Leve e gracioso, deveras feminino. Li uma alma ali, e tocou a minha.
beijo grande!

Anônimo disse...

me encontrei nas suas palavras...
deu vontade até de roubar o seu post...

beijos