domingo, 27 de fevereiro de 2011

DA ARTE DE SUBIR EM TELHADOS

"Alice pensando que não convinha discutir logo no início da conversa, sorriu e disse:
"Se Vossa Majestade tiver a bondade de me dizer qual é a maneira certa de começar, farei isso da melhor maneira."
"Mas não quero que seja feito de maneira alguma!" gemeu a pobre Rainha. "Faz duas horas que estou me desadereçando"
Teria sido melhor, pareceu a Alice, se ela tivesse trazido uma outra pessoa para adereça-la, tão terrivelmente desalinhada estava."


Tem gente que é feliz sendo básico. Casando. Viajando junto. Comprando geladeira. Tem gente que é feliz sofrendo. Reclamando do mal de amor. Fechando a vida as possibilidades. Tem gente que é feliz sonhando. Criando. Inventando. Mudando o mundo. Se amarrando em árvore e fazendo passeata. Pulando de paraquedas. Passando fome e frio para escalar montanha. Tem gente que é feliz comprando. Roupa. Sapato. Helicóptero. Pagando putas. Dando festas a desconhecidos. Dormindo com qualquer um. Tem gente que é feliz tendo filho. Criando tartarugas. Gatos. Tem gente que é feliz fazendo piercing. Adquirindo cicatrizes. Arrancando sangue. Tem gente que é feliz na base da química. Zoloft. Prozac. Zanax. Sorrindo de orelha a orelha. Tem gente que é feliz sozinho. Ilhado. Lendo muito. Conversando com papagaio.
Tem gente que é feliz e só. É feliz com a vida. O sol. A chuva. As variações de temperatura ao longo do ano...
E tem gente que parece não ser feliz nunca.
Esses são os perigosos.

Um comentário:

Suely Oliveira disse...

lindo texto! p mim, são justamente essas diferenças entre as gentes é que faz a alegria da vida...cada um é feliz a sua maneira; o que não pode é não ser feliz, ficar atrás de uma felicidade utópica ou coisas inalcançáveis...tenho muito medo de pessoas infelizes; elas nos atraem para baixo, nos afogam em sua tristeza...
bjo grde minha querida!