segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Juridicamente Impossível (final)

- Ela vem vindo com o pai e o irmão, você se apaixonará por ela, é encantadora, espere.
Júnior sentia-se tão irritado por participar dessa trama que seu impulso era abrir a porta e fugir do carro em movimento. Buscou razões para essa loucura e não as encontrou. Chegaram ao Buffet. Desceram rapidamente, no salão já estavam mais de cem pessoas e muitas, com o celular na mão, chamavam outros amigos, avisavam da palhaçada de Flávio, riam, falavam alto e o ambiente era de festa.
Ao ver Flávio o DJ atacou e os garçons de movimentaram. Todos queriam ficar perto dele para confirmar a história que corria de boca em boca. Ao ver que a estranha mulher grandona passava pelo arco de flores à porta de entrada, em vez de caminhar em sua direção ele pediu licença e dirigiu-se ao palco. Pegou o microfone e, entusiasticamente disse:
- Pessoal, vocês todos são meus amigos e deixaram alguma coisa de lado para poderem vir aqui. Já pedi desculpas lá no velório e os que não me desculparam nem vieram até aqui, agora vou contar a verdadeira razão desta “palhaçada”, como meu amigo Júnior insiste em chamar este evento. Quero que todos olhem para o arco de flores à porta. Vêem esta mulher maravilhosa sob o arco? É a ela que me dirijo agora pois esta festa é dela.
Suspirou, enxugou uma lágrima, pigarreou e disse:
- Tana, minha querida, quer se casar comigo? Esta será a nossa festa de casamento se você topar. Eu te AMOOOO!
Todos aplaudiam, gritavam, o DJ aumentou o som e surpreendentemente dois trompetistas surgiram ao lado do arco de flores tocando a Marcha Nupcial.
Tana, cuja principal característica não era a discrição, caiu de joelhos escondendo o rosto nas mãos. Um rapaz de terno com um microfone na mão estava ao lado dela tentando colher algumas palavras. Dizia baixinho “Diga aceito, diga aceito!”
Tana levantou-se com dificuldade, Flávio correu ao seu encontro e ela, levantando os braços jogou-se sobre ele.
- ACEITO! ACEITO! ACEITO! Eu te amo, seu louco!
Trocaram um beijo sensual e Flávio, sugado, enfraquecido, pegou o microfone.
- Pessoal, há um mês eu a pedi em casamento, já estávamos juntos há algum tempo, e ela disse que não sabia se me amava, vejam o progresso... Ela me ama!!!!!!!!!
Júnior tirou o microfone das mãos dele, todos aplaudiam, assobiavam e o casal dirigiu-se ao palco. Dançaram uma valsa e viveram felizes por muitos e muitos anos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como você escreve maravilhosamente!

Rosa Leda disse...

OBRIGADA, anônimo. Também gosto do que escrevo (rssssssss...) Um beijo.