terça-feira, 8 de março de 2011

Revolução da Alma – Aristóteles

emprestado daqui

“Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida. Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque o objetivo longe demais de suas mãos: abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo, e seja seu melhor amigo sempre. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo que está “pronto“ para ser feliz. Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Critique menos, trabalhe mais. E não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento (…) Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza da vida não consiste em receber honras, mas em merecê-las.”

segunda-feira, 7 de março de 2011

Não vou falar sobre o Dia Internacional da Mulher

O desejo de silêncio tem sido considerado coisa de gente rabugenta ou excêntrica neste nosso mundo tão ruidoso. Lembro-me dos retiros espirituais a que fui obrigada há muitas décadas. O primeiro, durou um dia, o último durou quatro. Praticava-se o silêncio absoluto por quatro horas sucessivas, depois vinha um intervalo de quinze minutos. Das sete da manhã até a hora de dormir, para refletir e entrar em contato com Deus. Mas havia sempre uma freira às nossas costas para “pegar” as infratoras.
Depois do segundo dia os intervalos eram bem silenciosos, não mais havia necessidade de tagarelar, curiosamente só percebo isso hoje, mas, voltando aos intervalos acredito que seja prova de que estar em silêncio é questão de treino.
Em sociedade não conseguimos estar calados sem escapar à pergunta - o que você tem?
Nosso tempo transborda de comunicação. Nem o silêncio para leitura chega a ser unanimidade, há escolas que têm som nas classes e uma sala de espera sem um televisor ligado ou som ambiente chega a ser constrangedora com seus ruídos inesperados – portas em movimento, saltos altos, pigarros, celulares e mais uma centena deles.
O escritor português Miguel Sousa Tavares afirma que todas as pessoas deveriam ser obrigadas a ficar pelo menos meia hora em silêncio diariamente, com todos os aparelhos desligados. Pensando. Essa meia hora poderá ser torturante para alguns.
“O barulho é a fuga de si. Ninguém quer tomar consciência das próprias limitações” diz o padre Jesus Hortal, teólogo e doutor em filosofia. Ele considera, no entanto, que o silêncio pode levar à melancolia e conta que o Papa determinou que religiosos, com voto de silêncio, devem sair uma vez por semana para conversar.
A verdade é que filmes e programas de televisão estão cada vez mais barulhentos e os silêncios provocam incômodo e estranhamento.
A escritora inglesa Sara Maitland deixou tudo para unir-se ao seu grande amor: o silêncio. Na semana que vem conto o resto.
Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é Carnaval!

domingo, 6 de março de 2011

De amor


"Sentia que mesmo então, eu ainda poderia encontrá-la uma vez mais, algum dia, em algum lugar, e talvez discutir sensatamente sobre toda aquela loucura por que tinhamos passado e, nesse caso, eu provavelmente me apaixonaria de novo por ela."
Arthur Miller

Dizem que Marilyn Monroe amou muito Arthur Miller e dizem que Miller a amou de volta loucamente. Mas quem sabe com certeza? E afinal, o que é ou não amor? E como funciona? Tem gente que sofre por amor em teoria mas tem medo de amar na prática. Tem gente que é feliz sem usar o peso da palavra amor. Só sabendo que é feliz de estar junto...

Vendo Closer pela quarta ou quinta vez, não tenho certeza, ainda tenho certeza de que o filme de Mike Nichols baseado na peça de Patrick Marber é um dos melhores filmes sobre as pessoas e o amor que já vi.
Assim como O brilho eterno de uma mente sem lembranças, Closer não é uma historinha de amor com diálogos meigos, pessoas honradas e finais felizes. Closer vai além ao retratar o amor como a maior parte dos mortais o vive, como algo instável, transitório, incorreto, sujo, quase perverso. É como o trailer, se você acredita em amor à primeira vista você nunca parará de olhar a sua volta, e a vida é isso, mesmo amando você pode se interessar por outras pessoas e ir ou não em frente com a traição. E o amor pode ir e vir, a sua própria vontade. E desejo quase nunca é amor. E você nem sempre tem coragem de encarar e assumir o amor. Por vezes, assim como em Closer, o melhor a fazer é fugir e voltar para o que é certo e estável. Closer é cruel e brutal, poético e lindo naquilo que o amor tem de mais real, sua instabilidade, sua insanidade, sua irracionalidade.

sábado, 5 de março de 2011

HOJE É CARNAVAL...

Quem não se lembra da frase de Zé Keti? Ou melhor, quem não se lembra da mais famosa marchinha carnavalesca, a Máscara Negra? Quer relembrar para não fazer feio nesse carnaval?
Tanto riso, oh quanta alegria/mais de mil palhaços no salão/Arlequim está chorando pelo amor da Colombina/no meio da multidão
Foi bom te ver outra vez/tá fazendo um ano/foi no carnaval que passou/eu sou aquele pierrot/que te abraçou/que te beijou meu amor/a mesma máscara negra/que envolve o teu rosto/eu quero matar a saudade/vou beijar-te agora/ não me leve a mal/ hoje é carnaval...
Sua marcha-rancho foi o surpreendente sucesso carnavalesco de 1967, quando Zé Keti prestigiado pelo show Opinião, acabou ganhado o prêmio em um momento em que a folia do rei Momo estava entrando em decadência. Sua letra traduziu o lirismo suave que caracterizava o gênero. E contrariando os personagens da commedia dell' arte, onde o Pierrot sofre pela Colombina, aqui é Arlequim o preterido da dama.
Deve ter gente torcendo o nariz pelo saudosismo e outros sorrindo ao se lembrar de confetes, serpentinas, lança-perfume e por que não até de um Pierrot apaixonado que abraçou e beijou no meio de um salão com mais de mil palhaços? Ou seria um Arlequim, aquele falso senhor? Ah, bons tempos aqueles, quando a gente olhava para o hoje modesto prédio do BTC e imaginava-o um palácio de cristal como nos contos de fadas! Enfim, são os novos tempos, novas formas de olhar, mas de qualquer maneira ainda deve ter muito romântico por aí em busca de um local onde possa chorar pela sua Colombina!

quinta-feira, 3 de março de 2011

67: e foi de cinzas seu enxoval...viveu apenas um carnaval

Ganhei um documentário de título 67. Trata-se de um dos festivais de Record. Lindo, lindo! Mas, o que chamou atenção, além do Caetano ser tão jovem naquela época, na verdade, todos eram, foi o Roberto Carlos.
A minha geração preconceituosa não apreciava o moço. O único de cabeça boa era Caetano, chamado de Veloso o tempo todo, e que nunca torceu o nariz para nada. Ele contou que quando inscreveu sua música (Alegria, Alegria) avisou que ia usar guitarra elétrica, algo considerado uma heresia naquele momento, quase ficando fora do festival por conta disso. Falou de como ele imaginava uma nova música popular brasileira, com cara mais internacional, embora ela também nacional. Tão própria dele essa oposição bom/ruim, nacional/internacional, quente/frio... enfim é Caetano com sua eterna inteligência dual. Contou também que no Rio, os músicos diziam que quando ele voltasse para Salvador iria apanhar de birimbau. Os baianos aplaudiram. O comentário dele foi: eles estavam na vanguarda! Quem também contou piadas foi Roberto. "O Edu Lobo e sua melodia Ponteio foram desclassificados, pois o Sergio Ricardo jogou a viola nos espectadores." Quem se lembra da letra do Edu? Ela dizia "quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar... ponteio..." Não foi, pois acabou sendo a vencedora, embora eu ainda acredite até hoje que as vencedoras foram Roda Viva e Alegria, Alegria.
Acho que estou falando disso por duas razões. A primeira: Roberto Carlos cantando Maria, Carnaval e Cinzas. Não vou resistir e transcrever a letra para quem estiver lendo, afinal é carnaval.
Nasceu Maria quando a folia/Perdia a noite, ganhava o dia
Foi fantasia seu enxoval/Nasceu Maria no Carnaval
E não lhe chamaram assim/Como tantas Marias de santas
Maria de flor, seria Maria/Maria somente, Maria semente
De samba e de amor/Não era noite não era dia
Só madrugada, só fantasia/Só morro e samba
Viva Maria/Quem sabe a sorte
lhe sorriria e um dia viria/De porta estandarte
Sambando com arte/Puxando cordões e em plena
Folia de certo estaria/Nos olhos e sonhos de mil foliões
Morreu Maria quando a folia/Na quarta feira também morria
E foi de cinzas seu enxoval/Viveu apenas um Carnaval
Que fosse chamada/Então de tantas Maias de santas
Maria de flor, em vez de Maria/Maria somente, Maria semente
De samba e de dor/Não era noite, não era dia
Somente restos de fantasia/Somente cinzas, pobre Maria
Jamais a vida lhe sorriria/E nunca viria de porta-estandarte
Sambando com arte puxando cordões/E não estaria em plena folia
Nos olhos e sonhos de mil foliões.
A segunda: no dia 26 de fevereiro houve um ensaio aberto da Escola de Samba Pérola Negra, da Vila Madalena, de São Paulo, no Centro de Cultura Judaica. O tema desse ano é Abraão, o patriarca da fé. Portanto, uma escola de samba com um tema que interessa às três grandes religiões monoteístas. Bonito, não é?

quarta-feira, 2 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

Intromissão

Hoje encontrei este texto do Walcyr Carrasco, como o nome de Natalie está em todo lugar por causa do Oscar, achei oportuno colar, mesmo não sendo meu dia.


REPULSA AO SEXO E CISNE NEGRO: AULAS DE INTERPRETAÇÃO
Walcyr Carrasco

Muitos atores acham que interpretação é gritar, berrar, se arranhar e eventualmente quebrar o cenário. Não nego que grandes cenas foram obtidas através desse paroxismo de emoção. Mas tenho paixão por atores e atrizes que conseguem, com menos, fazer mais. É o caso de Natalie Portman em “Cisne Negro”. Bem que mereceu o Oscar. A personagem vai surtando e a gente percebe através de olhares, intenções. Mas, o que é importante, o trabalho é sutil. Torna-se crível que suas colegas e o personagem do coreógrafo não percebam que ela está pirando. Nós percebemos, e sabemos que isso vai terminar mal. Mas quem trabalha com ela vê uma bailarina dedicada diante do seu primeiro papel estelar.
A interpretação de Natalie Portman me remeteu a outra grande interpretação do gênero: Catherine Deneuve em “Repulsa ao Sexo”, de 1965. (O título original do filme é “Repulsion”, mas na época o tradutor brasileiro achou mais vendável “Repulsa ao Sexo”. Coisa ridícula que se faz ainda hoje em dia. Como ficaria “Black Swan” se traduzissem desse jeito? Talvez ” O Cisne Erótico”.)
Em “Repulsa” Catherine Deneuve, novinha (o filme é em preto e branco) também surta. E constrói o papel milimetricamente, como Natalie. São os olhares, os gestos controlados que vão dando a dimensão da loucura da personagem. Catherine Deneuve tornou-se uma estrela com uma interpretação mínima e intensa, em todos os filmes subsequentes. Natalie ganhou o Oscar.
Vale a pena assistir a “Repulsa”, hoje um filme quase esquecido. E comparar as interpretações. Mesmo porque o mote que leva ambas as personagens à loucura é o mesmo: a confrontação com a própria sexualidade. Acho legal para atores, atrizes, ou candidatos a. Ou para quem ama grandes interpretações como eu.
Ah, sim, a direção de “Repulsa” é de Roman Polanski, antes de seu sucesso nos Estados Unidos, dos processos, etc etc.
E ninguém ache que é uma crítica pessoal, já que, como autor, vivo mergulhado no universo de atores e atrizes. Nós, latinos, gostamos de abrir um berreiro, puxar os cabelos, dar bofetadas e tudo mais nas grandes cenas. É legal descobrir como se pode fazer o contrário e conseguir uma interpretação absolutamente emocionante.