domingo, 6 de março de 2011

De amor


"Sentia que mesmo então, eu ainda poderia encontrá-la uma vez mais, algum dia, em algum lugar, e talvez discutir sensatamente sobre toda aquela loucura por que tinhamos passado e, nesse caso, eu provavelmente me apaixonaria de novo por ela."
Arthur Miller

Dizem que Marilyn Monroe amou muito Arthur Miller e dizem que Miller a amou de volta loucamente. Mas quem sabe com certeza? E afinal, o que é ou não amor? E como funciona? Tem gente que sofre por amor em teoria mas tem medo de amar na prática. Tem gente que é feliz sem usar o peso da palavra amor. Só sabendo que é feliz de estar junto...

Vendo Closer pela quarta ou quinta vez, não tenho certeza, ainda tenho certeza de que o filme de Mike Nichols baseado na peça de Patrick Marber é um dos melhores filmes sobre as pessoas e o amor que já vi.
Assim como O brilho eterno de uma mente sem lembranças, Closer não é uma historinha de amor com diálogos meigos, pessoas honradas e finais felizes. Closer vai além ao retratar o amor como a maior parte dos mortais o vive, como algo instável, transitório, incorreto, sujo, quase perverso. É como o trailer, se você acredita em amor à primeira vista você nunca parará de olhar a sua volta, e a vida é isso, mesmo amando você pode se interessar por outras pessoas e ir ou não em frente com a traição. E o amor pode ir e vir, a sua própria vontade. E desejo quase nunca é amor. E você nem sempre tem coragem de encarar e assumir o amor. Por vezes, assim como em Closer, o melhor a fazer é fugir e voltar para o que é certo e estável. Closer é cruel e brutal, poético e lindo naquilo que o amor tem de mais real, sua instabilidade, sua insanidade, sua irracionalidade.

3 comentários:

Rosa Leda disse...

Seu texto está maravilhoso e absolutamente real. Beijo

Anônimo disse...

"sofrer por amor em teoria". gostei disto. tenho sérios problemas com Closer mas reconheço que seu texto está lindo.
bjk, Eto

Anônimo disse...

Acho que sou boba, sabe que eu acredito piamente que Arthur amou MM como ninguém conseguiu amá-la? Não sei se porque ele era judeu, não sei se porque era inteligente e conseguiu ver nela aquilo que a maioria não via: uma garota frágil e carente, porém inteligente. Pode? Só Rosa Bertoldi mesmo para acreditar nessas coisas. Vai ver é porque ela também teve um amor assim...
Parabéns pelo texto!
Rosa Bertoldi II