segunda-feira, 14 de março de 2011

Continuando, falarei de Sara Maitland, a escritora inglesa que deixou tudo para unir-se ao seu grande amor: o silêncio.
Nascida numa família de muitos filhos onde todos falavam muito, alto e ao mesmo tempo, ela passou por longos períodos de solidão e introspecção. Isolou-se em vales no interior da Inglaterra, nas colinas escocesas e no deserto do Sinai. Durante esse tempo pesquisou e escreveu seu livro “The Book of Silence” (Granta Books), um livro delicioso (segundo Marília de Camargo César, que escreve no suplemento Eu do Valor Econômico) para quem quiser conhecer o que a literatura, a poesia e a ciência registram sobre o poder da quietude.
Sara tem um blog: http://www.saramaitland.com/ e nele encontrei:
"It is difficult to give any impression of that beautiful and almost quite solitary stretch of moorland which lies between Newton Stewart and the bleak village of Barrhill in the south of Ayrshire. For about twenty miles I can remember seeing only two houses. On every side the moorland flowed away in low waves to the horizon, except where it was broken, far away in the east, by the dark mountains of Galloway. There was no sign of life, except for a few distant sheep nibbling the harsh tufts of grass that grew here and there among the heather; even the birds did not seem to come here, and the only sound I heard was one of a lark singing high up.”
Confesso sentir um pouco de inveja.
Em tempo de tanta badalação literária muitos escritores têm defendido seu ritual de reclusão e inspiração no silêncio como fundamentais para a criação. Achei fantásticas as palavras de Miguel Sousa Tavares, o autor de Equador: “Escrever é usar palavras que se pouparam”

PS -Peço desculpas à amiga Rosa Bertoldi por dar a impressão de que estou fazendo suspense, é que o texto muito longo acaba sendo inapropriado para o blog, parece, mas agora contei tudinho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rosa Leda:
Se o Sergio não ler essa mensagem, afinal hoje é sexta feira, mas somente agora pude abrir o setegraus...
diga-lhe que a frase de Pascal está presente (silenciosamente????)em um texto de Shakespeare:
"Eis o lugar
Permanece quieto. Quão apavorante e perturbador é lançar os olhos para baixo!" Trata-se de uma visão em perspectiva retratada em rei Lear que sempre me apavorou e está relacionada ao silêncio que não é silencioso. Porém, o silêncio do cenário intensifica lembrando de novo a frase de Pascal le silence éternel de ces espaces infinis m'affrait... Sergio, desculpe a citação em francês, mas não me lembro bem da tradução, embora use e abuse dela.
Parabéns pelo comentário. Adoro gente inteligente!!!!!!!
Rosa Bertoldi

Anônimo disse...

ROSA CISNE, digo Leda...
Eu amo seu textos e não são longos ou se são não cansam. É que como sou gateira sofro da doença que os caracteriza: curiosidade! Ontem o Carlos ligou e vou me encontrar com ele no É+Art na terça feira as 17:30. Ele quer conhecer o espaço. Porque a gente não aproveita para tomar o delicioso café deles? Se puder encontre-nos lá. Convidei o Irineu, pois vamos generalizar a conversa, embora ela seja sobre a editora e o lançamento de um livro.
Bjs
RosaII