segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Você conhece Menalton Braff?


Participei do Congresso Brasileiro de Escritores e o conheci, conversei com ele, participei de uma oficina... Confesso que nunca ouvira falar em Menalton. Hoje me pergunto: como? Se ele ganhou tantos prêmios, é um grande contista,escreveu vários romances... se eu gosto de literatura e adoro contos, por que? Ah, meu limitado mundo! Como ninguém nunca me disse que ele é fantástico? Tentarei me redimir. Li Coleira no Pescoço e estou apaixonadíssima por seu estilo, suas palavras, construções. Desculpe, Menalton, por ter sido indiferente todo este tempo (rssssssss...) Já escolhi o próximo.

À Sombra do Cipreste (1999, contos, 6ª edição pela Editora Global em 2011)
Prêmio Jabuti de Literatura em 2000

Que Enchente Me Carrega? (2000, romance, Palavra Mágica)
Castelos de Papel (2002, romance, Nova Fronteira)
Na Teia do Sol (2004, romance, Planeta do Brasil)
A Coleira no Pescoço (2006, contos, Bertrand Brasil)
A Muralha de Adriano (2007, romance, Bertrand Brasil)
Moça com Chapéu de Palha (2009, romance, Língua Geral)
Bolero de Ravel (2010, romance, Global)
Tapete de silêncio (2011, romance, Global)

domingo, 27 de novembro de 2011

O filme do livro

"Big, absorbing, smart, fantastically readable . . . brilliant on the details of the last couple of decades of British cultural and political life"
Nick Hornby 

One day de David Nicholls foi um livro que comprei no aeroporto. De Dallas para ser absolutamente específica. Sempre compro livros em viagens, nunca carrego os meus porque tenho a certeza de que sempre encontrarei alguma coisa que quero e ainda não foi lançada por aqui nos corredores da vida. Encontrei One day,  paperback de 448 páginas com uma frase gentil de recomendação de Nick Hornby. Não tive dúvida, comprei. E li no avião, na alfângeda e na piscina da casa do Rogério pelas próximas semanas. Não vou mentir e dizer que amei, mas a menos que deteste um livro, sempre leio até o final. E embora não tenha morrido de amores pela história de Dex e Em, que se conhecem na noite de sua formatura na faculdade e acabam na mesma cama para decidirem que a partir daquele momento serão melhores amigos de infância e somente, fui até o final para ter certeza de que o autor tomaria o caminho indicado.
A narrativa, embora não chegue aos pés de Hornby, apresenta a "novidade" de ser contada em cartas,  enviadas pelas personagens uma vez por ano, sempre no mesmo dia e mês. E assim, o leitor acompanha a amizade da dupla se desenvolver. 
Assim que fechei o livro, tive certeza de que ele seria transformado em filme, só não esperava que fosse com Anne Hathaway e a beldade absoluta Jim Sturgess (de Across the universe).
Resumindo, embora não tenha morrido de amores pelo livro, vi o filme, me apaixonei pelo Dex malandro de Sturgess e chorei até ficar inchada com a saída (que eu já considerei fácil no livro - mas vamos combinar, homens de hoje em dia sempre saem pelo caminho mais simples, mas não vou discutir isso...) de Nicholls.
Embora a trilha deixe (muito) a desejar, o filme Um dia tem charme e a dupla Hathaway/Stugges esbanja charme, sensualidade e fofura e vale ser visto.
Com caixinha de lenço na bolsa, mulherada!




sábado, 26 de novembro de 2011

Wikileaks: quanto custa mudar o mundo.

Gosto de ler e o escândalo provocado por Assange com a divulgação de documentos secretos do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos não me deixou indiferente em relação aos fatos, embora eu só fale daquilo que tenha um mínimo de conhecimento. Então, somente agora após a detalhada leitura do livro de David Leigh, o jornalista investigativo do The Guardian, eu posso tentar comentar os fatos.
Relembrando: existe um negócio chamado copy right, basta olhar nas capas internas dos livros, onde tem um aviso dizendo da proibição de reproduções. Por outro lado o copy left usado pelo povo ligado à rede pode ser copiado a vontade. Pede-se citar a fonte, por favor. Essas discussões eram comuns em minhas salas de aulas quando a gente tocava no assunto dos direitos autorais, porém estou divagando, o interessante nesse caso é o vazamento. Não preciso apresentar aos leitores o empresário australiano Julian Assange. Atualmente é figurinha carimbada. A Rolling Stone italiana publicou uma foto dele sem camisa, lembrando David Bowie, na capa de um número recente dizendo: “um vilão platinado ameaça os poderosos do planeta passando-se por cyberpunk.” Isso lembra astro de rock, Andy Warhol ou as duas coisas? Quando ouvi falar dele a primeira vez o termo empregado foi hacker. Geralmente são duas as categorias: os bonzinhos querendo transparência e tudo certinho e aqueles que vivem atazanando a vidinha da gente clonando cartões de crédito ou mandando vírus para os computadores, só pelo prazer de fazer maldade. Não vou qualificar o senhor Assange, pois não o conheço. Mas, sua atitude está sendo comparada aos atentados de 11 de setembro, uma espécie de terrorismo dentro dos novos meios de comunicação. Porém, quando os jornalistas classificaram a divulgação desses papéis comparando os acontecimentos estão, possivelmente, dizendo nas entrelinhas que o fato mudou a história da internet e talvez até da segurança nacional do país prejudicado e dos não envolvidos, também...
Eu me diverti lendo o livro. O Julian me pareceu um sujeito comum, como um Dom Quixote querendo salvar o mundo... As revelações de alguns documentos são de estarrecer! A maioria, dos seres humanos antenados com a modernidade, sabia, só não falava. Confidenciais ou secretos, assim eram chamados os papeis publicados por um site e três grandes jornais do mundo. Documentos relacionados com as guerras no Oriente e telegramas trocados entre funcionários de embaixadas americanos com a posição oficial e o comentário real/exato sobre fatos ou a relação diplomática entre diversos países tanto do Oriente como do Ocidente com o governo dos Estados Unidos revelou-se bastante esclarecedora quanto ao julgamento/opinião sobre nós, o terceiro mundo. Aprendi com eles o termo cleptocracia. Gostaram? Refere-se a políticos e políticas corruptas da América Latina, de países africanos e do Oriente em geral. Enfim, o homem fez um estrago, na opinião de alguns especialistas. Falaram até do Brasil! Acho que ajudou os sonhadores a deixarem o devaneio de lado e caírem na real, já que no real muito político se atolou faz tempo...
Assange recebeu uma quantidade enorme de documentos de um soldado, especializado em computação, indignado com a descoberta de que a teoria na prática era outra. O jovem não teve dúvidas copiou e entregando tudo ao wikileaks. Encontra-se preso por traição! Julian, o messias da internet, está passando por maus pedaços. Foi acusado de estupro por uma feminista que lhe ofereceu o apartamento vazio quando foi a Suécia fazer palestras e por uma jovem que “raptou o moço” após uma conferencia e levou-o para dormir em sua casa. As mocinhas queriam deitar-se ao lado do mais famoso australiano do planeta, mulherengo, machão e pensavam só em dormir? Conta outra, garotas. No dia seguinte pretendiam oferecer a ele um bom café da manhã? Uma delas até fez menção a isso, pode? Não estou defendendo o homem, estou imaginando... As mulheres estão com a razão de acordo com a Justiça do país onde vivem e faturaram uma boa grana com a brincadeira. É armação, dizem. Se sim, os vingadores escolheram o local e as pessoas certas para o canguru cair na armadilha!



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Tudo foi assim, por que tinha que ser, já que assim foi”. (Guimarães Rosa)


Arrumava minhas roupas. Mamãe pediu licença para entrar, estava cheirosa, saíra do banho. Camisola de flanela com flores pequenas e chinelos com arminho à volta. O rosto rosado pelo calor da água, exibia a pele morena e lisinha, sem vincos. Não parecia ter sessenta anos.
Olhei-a inquisitivamente. Sentou-se à beira da cama e acariciava minhas malhas.
- Sentirei sua falta.
- Ah, mãe, não faça isso... vou acabar chorando... eu também vou sentir, acho gostoso estar com vocês, olhe, um momento como este, ... dificilmente terei outra vez.
- Fique.
- Mãe, mãe, é a vida, você também deixou sua casa... vovó sempre fala do quanto chorou, lembra?
- Eram outros tempos, todas as moças se casavam... mas você vai embora sozinha...
Olhava-me, as mãos torcendo-se no colo, angustiada.
- Sabe que já fui cega e muda?
- Você? Que novidade é essa?
- Eu era pequenininha, uns cinco ou seis anos. Jogava bola no quintal e a Ofélia atirou com muita força, para eu pegar. Não segurei e não vi para onde foi. Ofélia, então, disse que caíra dentro da barrica. Corri para lá e sabe o que havia na barrica? Uma ninhada de gatos. Ela fez isso de propósito, sabia quanto medo eu sentia daqueles bichos. É bobagem... mas medos nem sempre são racionais...
Sorria, tímida, envergonhada de seu medo.
- E aí, mamãe? Você assustou com os gatos?
- Eu estendi a mão porque era menor do que a barrica, pensando alcançar a bola e peguei aquela coisa mole e peluda, e a gata pulou no meu braço, foi horrível! Fiquei cega na hora e não conseguia gritar.
- Mãe, que horror! O susto fez com que perdesse a visão por uns instantes?
- Por quase um ano. Eram os anos 20 do século passado, ninguém falava em estados emocionais, psicologia era assunto desconhecido... Os médicos prescreviam colírios, ungüentos e precisei ficar num quarto escuro durante meses. Tenho uma foto usando óculos de cego. Foi terrível.
- Mãe, mãe, está querendo dizer que se eu partir poderá ficar cega novamente?
Ela sorriu, me abraçou, ah! que cheirinho gostoso de mãe! E sussurrou, docemente:
- Vá, meu amor, vim só para desejar que seja feliz, muito feliz. Em todo caso seu quarto ficará exatamente do jeito que é, está bem?

sábado, 19 de novembro de 2011

Rasputin...

O apelido significa dissoluto, depravado. Dia desses ouvi alguém se referindo a outra pessoa pelo pejorativo termo: Rasputin. Quem seria essa figura tão maquiavélica?Pensei no verdadeiro como uma criatura desprezível, estranha, um demônio de luxuria. Um mau caráter servindo-se da criança doente e do desespero da mãe, a czarina Alexandra, para atingir seus fins. Descrito como um manipulador grosseiro praticava a arte do vicio e o senso de intriga como nenhum outro. Olhos azuis tão metálicos chegando quase a hipnotizar o interlocutor, tamanho era seu poder de atração. Gregório Novikh, sem vocação para a lavoura, decidiu tornar-se santo, mesmo casado e pai de três filhos. Percorria aldeias da Rússia contando milagres, citando parábolas explicando o Evangelho com criatividade e imaginação. Dessa maneira acabou na corte, infiltrando-se aos poucos na intimidade da família imperial, conseguindo impor sua vontade na maioria dos assuntos políticos do país. Reunia ao seu redor um grande público, principalmente feminino. Essas fiéis se ofereciam a ele, através de carícias indecorosas, conforme os conhecidos caprichos dele, para obter favores para maridos ou amantes. Rasputin cumpria todas as promessas feitas nessa base, garantindo sua posição com um grupo de admiradores, eliminando adversários ou usando chantagem contra a imperatriz por causa da hemofilia do herdeiro. Isso acabou provocando reações e fazendo dele um homem odiado por muitos. A Rússia estava vivendo o principio da propaganda revolucionária que culminaria no Outubro Vermelho de 1917. Esses escândalos em nada ajudaram Nicolau II e o homem sentado à direita do trono, assassinado, em 1914, triste fim... Mas, minha enorme curiosidade era descobrir quem seria esse Rasputin moderno. O outro possuía inimigos ferozes organizados conspirando contra ele até sua morte. O atual seria odiado como seu xará? O grupo se referia ao homem, ele como um sujeito tão repugnante me fazendo acreditar que o apelido é adequado. Como transpor a semelhança? Jovem ou maduro? Gordo ou magro? Ah, seja quem for não deve ser uma boa pessoa. Ao remover obstáculos de seu caminho, da mesma forma que o verdadeiro pode ter que pagar um alto custo. Mas, quem é? Vontade de perguntar...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Da primeira página do UOL

18/11/2011 - 02h26

Polícia reabre caso da morte da atriz Natalie Wood 30 anos depois

  • Foto de arquivo mostra a atriz Natalie Wood em 1955 Foto de arquivo mostra a atriz Natalie Wood em 1955
A Polícia de Los Angeles informou na quinta-feira (17) que reabriu, 30 anos depois, a investigação da morte da atriz Natalie Wood, protagonista de "Amor, Sublime Amor". O porta-voz do governador do condado de Los Angeles, Steve Whitmore, destacou que a polícia recebeu nova informação do caso, mas sem fornecer mais dados, afirmou o canal de televisão "Fox".

A expectativa é de que um detetive realize uma entrevista coletiva na qual pedirá ao público que qualquer informação adicional sobre o caso seja repassada às autoridades. A atriz de 43 anos foi encontrada morta nas águas do Oceano Pacífico, em um fato que foi considerado acidental, mas que causou polêmica na época.

O corpo da atriz apareceu flutuando nas proximidades da ilha de Catalina, na Califórnia, onde passava um fim de semana ao lado de seu marido, o ator Robert Wagner, e seu companheiro de filmagem, Christopher Walken. As autoridades, que determinaram que a atriz bebeu demais antes de sua morte, concluíram que tudo foi um acidente quando Natalie caiu nas águas do Pacífico enquanto tentava saltar a um bote de borracha atado ao iate onde viajavam.

Apesar da conclusão policial, começaram a circular rumores de suicídio ou assassinato e teorias sobre uma possível briga com seu marido antes de cair na água, motivada por uma suposta crise de ciúmes de Wagner pela amizade da atriz com Walken.

Famosa por suas atuações em "Amor, Sublime Amor", "Esplendor na Relva" e "Rastros de Ódio", Natalie começou a trabalhar em Hollywood quando era apenas uma menina.

Em comunicado enviado à revista "TMZ", o representante de Robert Wagner disse que "embora a família Wagner não tenha recebido notícias do condado de Los Angeles sobre este assunto, apoiam totalmente os esforços do departamento". EFE

domingo, 13 de novembro de 2011

27

Número que no mundo do rock and roll parece ser fatídico aos astros desenfreados. Tradição (há quem chame de maldição) iniciada por Brian Jones, maluco beleza e fundador dos Rolling Stones em 1969, logo a lista engrossou com a morte do guitarrista Jimmy Hendrix, da cantora Janis Joplin, de Jim Morrison, de Kurt Cobain, e bem recentemente da diva Amy Winehouse. Todos morreram no auge e aos 27 anos. O jornalista da Folha de São Paulo, André Barcinski, vai ainda mais longe: “Se ampliarmos a lista para a faixa de 25 a 29 anos, podemos incluir ainda Tim Buckley, Gram Parsons, Danny Whitten (Crazy Horse), Tommy Bolin (Deep Purple), James Honeyman-Scott (Pretenders), Hillel Slovak (Chili Peppers), Frankie Lymon (The Teenagers), Shannon Hoon (Blind Melon), Bradley Nowell (Sublime) e muitos outros”.
Mas vamos nos ater aos falecidos ao 27 que já tem muita história para contar.  

Brian Jones (1942-1969) O primeiro da lista. Figurinha controversa e há quem diga mais louco que a Lindsay Lohan. Fundou os Stones e foi convidado a deixar a banda por seus camaradas Mick Jagger e Keith Richards, há quem diga que foi por ego, outros por abuso de drogas (mas onde já se viu o Keith Richards expulsar alguém por abuso de droga!) e os mais afoitos garantem que o problema foi mesmo mulher. O que se sabe é que o músico foi encontrado na piscina da sua casa afogado. O filme Stoned (2005), lança mil e uma teorias conspiratórias e mostra uma parte do que se imagina que fosse a doidera praticada por Jones e a relação entre os deuses do Stones de maneira bem divertida.

Jimmy Hendrix (1942 - 1970) Para muitos pai do rock lisérgico e muso máximo da loucura festivalesca como só ele. Hendrix revolucionou o mundo com seus dedos e abusou como pode do corpinho com muito álcool, LSD, anfetaminas e um pouquinho de maconha quando precisava dar o grau. Foi encontrado morto no apartamento de uma namorada e a autópsia indicou a causa como asfixia em seu próprio vômito, após ingerir 9 pílulas para dormir tudo lavado com umas bebidinhas, é claro. Até onde eu saiba não existe uma boa cinebiografia do Hendrix e já rolaram diversos boatos sobre um longa dirigido pelo Tarantino sobre sua breve vida que nunca saiu do plano imaginação nerdiniana.
Janis Joplin (1943 - 1970) Moça de família e dona daqueles clássicos que a gente paga para não tocar quando em barzinho pé sujo. Tinha preferência por speed, psicotrópicos variados, álcool e heroína. Com certeza revirou no túmulo quando viu sua vida ser transformada em um daqueles filmes que juram que não são biográficos com Bette Milder. Quem não viu, faça um favor a si mesmo e não veja, mas quem estiver com a veia S&M saltando, segue: A Rosa (1979). Ah, há notícias que garantem que a corretinha Amy Adams dará outra chance a pobre cantora no cinema com direção de Fernando Meirelles. A foto ao lado mostra a moça tomando Veuve Clicquot em copinho de café prova de que ela sabia beber.  

Jim Morrison (1943 - 1971) Membro fundador de  Los Angeles como cidade do rock. Ainda hoje não há como falar em The Doors sem pensar em Venice, no Roxy e na Sunset. Talentoso delícia, compunha, cantava, tocava, fazia cara de conteúdo e aprontou com o corpinho o que podia e o que não podia. Era chegado em uma bebidinha, LSD, cocaína, heroína e morreu disso.
Embora existam várias teorias conspiratórias, e um par de malucos que jure que ele ainda está vivo, o rapaz morreu quando ao bem louco, confundiu heroína com cocaína. Seu corpo, já bem menos majestoso que no início, foi encontrado em uma banheira em Paris onde está enterrado para pesadelo dos franceses. O filme The Doors (1991) dirigido pelo não menos normal Oliver Stone é um mix de trilha bem selecionada e alguma noção com viagens homéricas e Meg Ryan (oh my god, Meg Ryan!).



Kurt Cobain (1967 - 1994) Rapaz talentoso de cidade pequena e família cheia de dramas. Tudo o que ele fez, com exceção de Francis Bean, deu certo. Mudou a história do rock da forma mais poderosa e num momento essencial. Com certeza, todo dia muitos agradecem a D'us em suas orações antes de dormir a passagem de Cobain pela Terra. Mas como quase todo bom muso, surtou com o sucesso e não soube bancar a vida na high society. Como não sabia ser esponja, fez o doido, casou com uma loira abiscataiada e se fechou para o mundo na companhia da mesma, de alguns poucos amigos e de muuuuuita heroína. De modo bem pouco poético, seu corpo foi encontrado com um rombo de tiro de espingarda na cabeça e uma quantidade capaz de ensandecer um rinoceronte de heroína no sangue. O diretor Gus Van Sant acertou muito em Últimos dias (2005), outro daqueles filmes que juram que não são sobre a vida da pessoa só para não pagar direito autoral, e mostra o fim do astro de maneira nua, crua e silenciosa. O filme é de uma beleza brutal e deve ser visto pelo menos uma vez. Eu tenho em casa e já vi bem mais que isso.

Amy Winehouse (1983 - 2011) Bom, o fato de que haviam bolões na internet apostando a data de morte de Amy talvez seja sinal de que esse trem já tinha andado. A moça, embora talentosíssima, nunca fez questão de esconder seu gostinho por uso de substâncias que o corpo não produz. Em seu vasto curriculum, o fato de que foi o único ser humano conhecido que teve seu visto para os EUA vetado sem ser brasileira. Além de muita música boa. Deixa saudade aos amantes de R&B e aos paparazzi em geral pois adorava (e era pós graduada em) bafão. Foi encontrada morta e para surpresa de muitos o laudo médico não detectou drogas ilegais mas sim um quantidade monstruosa de álcool. Só para não perdeu o hábito, já que tudo o que fazia era notícia, o tal laudo clínico foi enviado por engano (engana que eu gosto) para uma pessoa que o publicou na internet para o mundo (após ter vendido o mesmo por uma fortuna).


Mas imagino que a esta altura o meu querido leitor esteja se perguntando onde quero chegar. Ok, ok, cheguei onde eu queria. Um alemão chamado Kim Frank teve a sacada de escrever uma ficção chamada "27" que usa como base a tal conhecida maldição dos 27. Seu personagem é um jovem músico muito bem sucedido que chega aos fatídicos 27 e tan tan tan tan. Estou no início do livro ainda mas já super recomendo.