quarta-feira, 27 de maio de 2009

Compartilhamentos....

Esse texto tem certo tempo, mas acabou voltando à tona em minha mente esses dias. Por tal razão, como indica o nome, resolvi compartilhá-lo novamente.

Se você aceita um conselho, te diria para andar sem pressa. Diria para olhar a paisagem, que não reclama de ser vista, quase nunca sendo enxergada;

Se você aceita um conselho, diria para pensar nos amigos, nessas pessoas que por alguma conexão cósmica caminham ao teu lado, ainda que por pouco tempo, nessa estrada que chamam de vida;

Se você aceita um conselho, peça aos que gosta para perceberem como ficar ao lado de certas pessoas, sem falar nada, é muitas vezes a maior comunicação que nesta vida podem ter;

Se você aceita um conselho, avise a todos que há um mundo dentro de cada cabeça, que quando apreciada pelo próprio dono, se torna o maior parque de diversões do universo;

Mas não sei se conselhos são válidos. Não sei se você quer fazer tudo à minha maneira, o que faz destes conselhos, uma intromissão violenta;

Mas não deixo de falar, pois se você aceita conselhos, desejaria a todos que desejassem pouco, nada além de um trabalho onde coisas se realizassem, onde pudéssemos chacoalhar mentes, pois disto o mundo precisa e sempre precisará;

E nestes conselhos, eu diria para que você desejasse saúde, afinal, ainda que efêmera, é uma causa dessa beleza inerente aos que amam a existência;

e diria pra que você quisesse ao teu lado uma companhia tenha orgulho todos os dias, seja pela beleza, seja pela inteligência, ou por ambas...e que a admire todas as manhãs de sua vida;

Deseje alguém de cuja vida tenha vontade de ser testemunha;

E ainda que você me pedisse pra parar, se você quisesse um conselho, eu te diria pra buscar alguém com quem pudesses ficar horas conversando e imaginando a melhor forma de educar os filhos, qual papinha comprar, e até se o rebento poderia ler “O Soldadinho de chumbo” pela violência implícita;

E eu te imploraria pra que você ouvisse meus conselhos, pra que desejasse não muito dinheiro, apenas o suficiente para teu conforto, para que pudesse ver o mundo e ser testemunha desta maravilha chamada Terra, mas que não se perdesse na ridícula tentação da ostentação vazia;

E eu te diria, pra que você usasse sua renda para, ao lado de tua companhia, comer comidas que ainda não comeram, beber bebidas que não beberam, e que juntos pudessem dividir os sabores do mundo;

E em meus conselhos, falaria pra que você tivesse ao teu lado alguém que gostasse de dançar, de dançar junto, de dupla, e de dançar todos os ritmos de todas as músicas,
e te diria pra que ouvisse samba, mas não se esquecesse de Frank Sinatra e Billie Holliday.

Eu te diria que tivesse um filho, pra que você possa ver o mistério da existência brotando em sua frente e, te tirando de seu próprio pedestal, pra que assim você visse a mágica da vida se abrindo para o mundo, na mais incrível explicação da palavra encantamento;

E eu te avisaria que, de tudo aquilo que se pode buscar na vida, a mais nobre é a eterna luta pela lucidez, que lhe permite discernir o que traz dor ou alegria às pessoas, e então poder escolher teu caminho;

Eu pediria pra que se você buscar dinheiro, peça ainda mais a riqueza na alma dos seus amigos, de sua companhia, de seus filhos;

Não queira muito. Jamais queira além da conta. Felicidade pode ser este equilíbrio que faz com que tudo esteja por perto, mas que nada jamais perca o sentido.

2 comentários:

Janaina Fainer disse...

Sensacional o texto e o conteúdo
parabéns

Anônimo disse...

Aqui de longe a alegria de ler seu texto foi maior.Beijos