segunda-feira, 22 de junho de 2009

Estou voltando.


Como se vive num lugar de passado tão grande e que o exibe de forma exemplar, invejável?
Nós, com história tão curta, com tanta falta de passado vemos um pedaço da Terra cujo passado tem espaço em todos os livros de arte, cultura e história que circulam pelo mundo. Ela mesma é história, é arte, é cultura, não se pode ignorar.


Firenze exibe com garbo os séculos de arte que a glorificam. Grande parte de sua economia é comércio, a venda da sua imagem/ cultura. Dizem por aqui que se trata da cidade em que mais existem escolas de língua nativa para estrangeiros, produtos que reproduzem a arte, academias em que se estuda arte, enfim, Firenze é cultura e arte até as vísceras.


Sua história nunca foi interrompida. Perdeu o poder político e econômico porém não perdeu a fertilidade, não se transformou num deserto, não diminuiu seu conceito diante do mundo. Florescem aqui estudos, técnicas, propostas e Firenze assumiu, por isso, o cetro de Centro da Intelectualidade Italiana.


Viver em Firenze é um desafio. É preciso ter uma boa âncora na Terra e no tempo. Voa-se com muita facilidade a mundos remotos e perde-se o contato com a realidade.
A Divina Comédia, a Cúpula, o Estado de Maquiavel, são fantásticas passagens para outros tempos/mundos!


A presença da pedra em Firenze é triunfal. O homem que saiu das cavernas trouxe-a para a cidade, para as fábricas, casas e estradas. A pedra utilitária conseguiu também atrair o olhar dos artistas. Florença é um totem em redor do qual giram o Sol e a Lua.


O esplendoroso Sol da Toscana envia reflexos variáveis às poças de água da chuva formadas nas pedras do piso. Dá cor às pedras das paredes úmidas, decora a arquitetura serena e ilumina essa massa cinzenta .


Em Firenze se glorifica a obra humana.

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