sábado, 13 de junho de 2009

Um mundo único e plural...

O ódio é o guia pálido da calúnia, representado em símbolo pelo macaco carregando sacos contendo as sementes do mal... foi assim que visualizei o autor da mensagem. Pensei em Hitler e na leve semelhança física entre eles, no texto da Myrella, na segunda guerra, no filme Au revoir les enfants, no olhar de Louis Malle em direção ao amigo e nos nazistas levando o garoto judeu. As imagens apontam para o horror sentido ao ler o aviso, listar quem estava praticando preconceito contra um colega, quando o pré-conceito vinha do remetente. Preso a um único ponto de vista, está cego em relação ao problema alheio e míope quando se trata do seu. O outro... o diferente, o diverso do primeiro, o único. Eis a definição do termo. Bastide escreveu: “eu sou mil possíveis em mim, mas não posso me resignar a querer apenas um deles.” A Sociologia vê a humanidade como única e plural. Isso pressupõe ruptura com a monotonia do idêntico, pois as sociedades ocidentais são diversas entre si. Tão desiguais que Tzvetan Todorov da École Pratique de Hautes Études passou parte da vida pesquisando o conceito de alteridade existente na relação de indivíduos pertencentes a grupos distintos. A justificativa encontra-se na situação do autor, emigrante na França, onde a relação entre nacionais e minorias está marcada por xenofobia. No dia a dia, um colega diferente, no trabalho ou na escola, acaba sendo o outro. Alguns autores acreditam que todo preconceito seja medo. Mas, medo em excesso é distúrbio psiquiátrico.
A globalização gerou um fenômeno migratório grande e o ressurgimento do nacionalismo, ambos somados aos distúrbios no sistema econômico apontam para o outro como responsável pelas mazelas do mundo. Estereótipos levam a idéia errada sobre as diferentes culturas. Asiático sujo, negro menos inteligente, mulçumano violento, judeu avarento são exemplos pejorativos.
O que é certo? O que é normalidade? Perguntas sem respostas. Apesar da diversidade existe algo nos igualando: a essência humana. Pessoas devem ser tratadas como tal, não com rótulos ou adjetivos sem utilidade. Não dizia Sartre que existir é escolher livremente? Alguns são jardineiros por opção ou necessidade, outros designers, um outro escolhe ser feliz pura e simplesmente, imaginando: os incomodados que se mudem ou mudem o mundo, se puderem! E sem ódio no coração, pois posturas rígidas demais denotam graves problemas. Necrofilia era uma das doenças de Hitler, além de outras mais!

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