segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cristina Gurgel, médica da PUC Campinas, está lançando um livro intitulado “Doenças e Curas: o Brasil nos Primeiros Séculos”. Li a notícia na Folha e não poderia deixar de passar pra frente. É que acabei ficando encantada com a possibilidade de ler o dito cujo.
Nunca comprei um livro de medicina mas ela escreve, na verdade, sobre a história da saúde e história é história...
Um dos tópicos tem o título “Navios não eram para narizes delicados”. Desde pequenos lemos e ouvimos sobre as grandes navegações. Fiquei impressionada quando, na Espanha, visitei uma réplica da Santa Maria, caravela de Colombo. Só um camarote. Um !!!!!!! Todos dormiam sob chuva, sol, respingados pela água do mar... Não acreditei que fosse uma réplica, ou, no máximo, seria uma réplica reduzida... Agora, com a pesquisa de Cristina Gurgel, começo a acreditar.
Algum dia alguém já pensou que a água nas caravelas era pouquíssima e que não podiam desperdiçar lavando louça? Pois é... não lavavam. Lavar roupa, tomar banho? Também não. Logo: na viagem de Vasco da Gama às Índias, morreram 120 dos 160 marujos a bordo. Pelo menos os corpos eram lançados ao mar, mas e a comida? Frequentemente por conta de calmarias ou perda de rumo as viagens se prolongavam e a comida acabava, não que comessem muito, eram apenas 400g de alimento/dia. A fome apertava e “todos” os animais a bordo eram consumidos incluindo na lista ratos, baratas, sapos... Morria tanta gente que surgiu a lenda dos navios fantasmas. Aconteceu várias vezes de morrer todo mundo e o navio ficar à deriva.

O livro está sendo lançado esta semana. Acho que vou devorá-lo.

Um comentário:

Eto Coelho disse...

que dica ótima. fiquei curioso.
bjs.