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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Primeira vez


A chamada no facebook do site Catraca Livre perguntava "Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez". Uhu, parei para pensar e para minha grata surpresa, notei que este foi um ano de algumas primeiras.
Pela primeira vez corri da polícia na Rua Augusta ao som de bombas de efeito moral no dia do meu aniversário com dois dos meus melhores amigos nesse junho de manifestações.
Quantas pessoas pode dizer que já fizeram isso? Você já fez isso, Rosa Bertoldi? O Alan Faria sim só que não era aniversário dele, visto que ele era um dois meus dois amigos.
Agora vamos ao exato oposto. Pela primeira vez em tantos e tantos anos de São Paulo fui ao Templo Budista Zu-Lai e foi uma experiência que recomendo. Até mais do que a anteriormente citada.

Pela primeira vez peguei um mapa de São Paulo e decidi fazer turismo na cidade onde vivo há tantos anos... e fui ao Mosteiro de São Bento, na Casa Modernista e andei na ciclofaixa da Avenida Paulista.
Pela primeira vez fiz voluntariado em uma campanha do agasalho idealizada pelo meu querido primo Nando e realizada inteiramente pela sociedade civil... foram três noites de muito frio na rua e muitos sorrisos de agradecimento sincero.
Pela primeira vez vi uma peça de teatro dentro de um carro.
Pela primeira vez passei a noite em um hospital veterinário (e Deus sendo pai, pela única).
Pela primeira vez fui ao Zoológico sozinha (e a trabalho, mas isso é um detalhe) e chorei vendo o musical "O Rei Leão".
Desde que me lembro por gente, pela primeira vez, tenho um gato preto. E ele é lindo, amoroso e incrível. Zacheo é um presente do Universo em forma de panterinha.
Se parar para pensar com cuidado talvez me lembre de mais alguns primeiros deste último ano, mas assim de bate pronto, estes são os que me lembro. E quer saber? Acho que está bem bom, né?

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Savana



“Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?” 
Guimarães Rosa


Se hoje me fosse dado o direito de voltar naquela época de escolhas e vestibular, eu escolheria outro caminho. Escolheria um caminho que levasse a África, a um mundo de vastos planaltos, savanas e uma vegetação com cor de terra, um mundo de felinos imensos, suricatos e babuínos...
Hoje posso dizer com toda a certeza que perdi a esperança em 90% da humanidade. Não vejo chance de melhora para um mundo no qual as pessoas simplesmente não são empáticas.
Por exemplo, hoje mesmo a caminho do trabalho antes mesmo de chegar ao metro quase fui atropelada por um carro e ainda fui xingada pelo motorista, que estava errado. Já dentro do Metrô, quando chegamos a estação, as pessoas, ao invés de deixarem as outras descerem para terem espaço para entrar, simplesmente passaram derrubando as outras, impossibilitando a saída ou entrada.
São Paulo é uma cidade que desumaniza, eu sei, já foi dito. Mas acredito que o problema não seja a cidade e sim a tal humanidade que não merece ser adjetivo. Desumanidade.
Mas não, não estou voltando a ativa no blog com um texto mal humorado. É só um texto.
Mas, vamos lá. Um ano e meio se passou desde minha última postagem e MUITO aconteceu.
O ano de 2012 foi um ano especialmente conturbado. E passou!
2013 começou como um ano novo no sentido mais básico da palavra.  E até agora o está sendo.
Mudei de trabalho já no começo do ano e está sendo uma experiência incrível voltar a esse lugar. A minhas origens, de certa forma. Impressionante, né? Como a vida se encarrega de te levar para onde você efetivamente precisa. Voltei a ter uma relação de amor com o teatro. Voltei a ver coisas lindas e embora tenha dúvidas quanto a 90% da humanidade os artistas ainda me tocam com seus sonhos quando sonham.
Mudei de casa. Agora moro num apartamento há um quarteirão do primeiro apartamento no qual morei na vida quando nasci. Vejo a sacadinha quando atravesso a rua e acho isso tão divertido numa cidade desse tamanho. Desumanizada.
Enquanto sonho com planaltos verdes empoeirados e cheiro de terra. E babuínos, suricatos, cheetas... e sei que um dia, eu chego na Namíbia.




domingo, 1 de dezembro de 2013

Quem sou eu...

Deveria dizer que vou descrever as venturas e desventuras da filha de hippies brasileiros da década de 60?
1- Casei-me pela primeira vez com um amigo de meus pais. A lua de mel foi em Trindade, uma praia paradisíaca perto de Parati. Puxei fumo o tempo todo e engravidei. Sempre tive dúvidas sobre quem seria o pai do garoto esquisito...
2- Fiz figuração no vídeo clip de Eu sou boy de Kid Vinil. Tive uma filha fisicamente parecida comigo.
3- Primeiro Rock in Rio e eu lá gritando e dançando ao som da voz de Rod Stewart, mesmo preferindo Bob Dylan.
4- Ah crianças... bichos Parmalat e um galinho revestido de cobalto. Este sal reage às moléculas de água do ar. O galo ficava azul quando o tempo estava seco e rosa nos dias úmidos.
5- Barcelona/Olímpiadas. Levei meus filhos e acabamos ficando quase dois anos por lá. Nessa época conheci Carmem Maura. Quase tive um ataque de nervos perto dela de tanto engolir a saudável fumaça de um cigarro comum!
6- Passei meu último final de ano em Trindade fumando e saltando ondas... meu desejo: mudar de vida radicalmente. Primeira visita não programada a uma delegacia.
7- Passagem do milênio no Copacabana Palace na festa de arromba da Alicinha com direito a coluna social e tudo mais.
8- Troquei a França pelo Egito. Estive em Karnac e Amarna, a cidade de Akhenathon e Nefertiti. Um calor maravilhoso e um Nilo poluído. Comecei a militar em uma Ong para cuidar do meio ambiente. Segunda visita não programada a uma delegacia.
9- Acho que todo mundo se lembra onde estava em 11 de setembro de 2001. Eu esperava um telefonema de minha filha. Ela ligou e disse: veja na televisão, o mundo está acabando... Uma era terminou e nós nunca mais fomos os mesmos após a queda das torres gêmeas do World Trade Center.
10- Tornei-me cronista em um projeto de arte e meus textos foram publicados em dois livros. Sou artista plástica e escrevo nas horas vagas, talvez eu seja cronista e pinte nas horas vagas!
11- Como criei meus filhos para o mundo tendo como livro de cabeceira Liberdade sem medo, eles seguiram a risca a teoria do pensador inglês A. S. Neill tornando-se tão independentes que esqueceram até que tem mãe.
12- Sempre viajei muito. Minhas amizades coloridas continuaram afinal meu casamento era considerado aberto a qualquer experiência.
13- Chutei o balde, pedi o divórcio. Parei de lecionar e resolvi mudar de vida. Fui para o México e em Cancun fiz topless, um avanço para quem só freqüentava praias de nudismo!
14- Viajei de novo para Paris. Durmo sempre usando somente 24 Faubourg Hermes perfume, pois se levarmos em conta o calor tropical não é preciso mais nada, mesmo...
15- A falta de comunicação acabou provocando um incidente engraçado. Levantei-me e fui ao banheiro. Minha filha havia percebido uma goteira no quarto e avisou a portaria do hotel, que enviou o encanador. Ele tocou, ela abriu a porta. Ele disse qualquer coisa em francês. Ela não entendeu e não teve tempo de avisar: banheiro ocupado. Ao mesmo tempo apareço na porta e me deparo com um homem vestido e no mínimo surpreso. Balbuciou alguma coisa e saiu correndo. Juro que sou magra e malhada em academia não possuo gordura fora do lugar, mesmo passada dos cinquenta. A noite tinha uma caixa de bombom em cima da minha cama com pedidos de desculpas da gerencia. Rimos muito e claro adoramos os bombons.
16- Conheci o Baptista através da Rosa Leda. Apaixonei-me por ele. Estou casada e feliz. Fui para a Finlândia em lua de mel. Sem possibilidade de praia de nudismo por medo de gangrena!
17- Freqüento à piscina do condomínio onde moro usando maiô! 18- Pretendo dormir de camisola hoje e todos os dias da minha vida. Afinal sou uma mulher séria, ou não?
18- Prometo paparicar meus filhos e enteados com frutas e doces deliciosos o resto da vida. Agora faço compras em supermercados e bebo vinho italiano como todo mundo.
19- Vou publicar um livro que está pronto, escrever muito e ser feliz... seja do jeito que for.