sábado, 15 de agosto de 2009

DARWIN

Ele nasceu há duzentos anos atrás e continua no imaginário do povo. Darwin postulou a teoria mais completa e ousada sobre a evolução humana. A ciência, a arte e a religião caminharam juntas desde que os habitantes das planícies da Mesopotâmia observavam o céu em busca de resposta para suas indagações. Esse homem antigo ficou deslumbrado ao avistar a lua cheia. A luz emanando do disco flutuante foi “uma experiência sublime, inexplicável, superior, poderosa, acachapante, religiosa.” A partir de certo tempo, ensinar sobre Adão e Eva ou Astrologia tornou-se politicamente incorreto. O homem voltou a ser a medida de todas as coisas. Porém, as descobertas científicas da humanidade andaram juntas com as idéias religiosas por um longo período, se é que não continuaram.
Quanto a Darwin, ou a evolução, trata-se de uma teoria aberta à crítica e não um dogma inquestionável. Toda idéia científica deve estar apoiada em evidências ou descartada. O material pesquisado por ele está sendo posto à prova constantemente e tem causado polêmicas por discordar do dogma católico. Isso aconteceu em outros momentos: Kepler e as formas elípticas, Copérnico e o sistema heliocêntrico, isso sem citar Galileu.
A teoria da evolução causa mal-estar em muitas pessoas. Mas, Darwin nunca afirmou que somos derivados de macacos. Ele disse: homens e macacos compartilham um ancestral comum. Os boatos ficam por conta dos fofoqueiros de plantão. Após a publicação da Evolução das Espécies, grande parte dos cientistas passou a aceitar as modificações em plantas e animais. Mendel e suas ervilhas não me deixam mentir.
A noção de que essa progressão se dá por seleção natural é uma idéia original de Charles Darwin, mas só foi aceita após a descoberta da estrutura do DNA, em 1953.
A natureza sofre modificações graduais ao longo de gerações opondo-se ao criacionismo, afirmam os cientistas. Em linhas gerais, o mecanismo da formação de uma espécie acontece da seguinte maneira: alguns seres humanos ou animais de uma classe ancestral passavam a viver em um ambiente diferente criando necessidades que antes não existiam. Dessa forma, o organismo desenvolvia novas características hereditárias. Os seus portadores passavam a formar uma outra raça diversa da primeira. Isso gerou uma crise filosófica e religiosa. Penso em Bergson e na filosofia da mudança, em Freud e em outros intelectuais do final do século XIX e na influência das idéias de Darwin em suas teorias.
Porém, toda essa confusão e discussão sobre evolução ou criação é uma bobagem. Seres humanos deveriam ser mais racionais. Por que não ensinar as duas versões e deixar o aprendiz decidir em qual acreditar? Por que não em ambas?
Quem melhor explicou a dicotomia da mente humana foi o astrônomo francês Bigourdan. Ele descreveu de forma poética quando o homo sapiens viu uma lua cheia pela primeira vez e terminou comparando-o ao homem da atualidade. “Por maior que seja sua educação e treino científico, por mais exata sua noção das distâncias e dos formatos das órbitas, sua experiência ainda assim será sublime, inexplicável, superior, poderosa, acachapante, religiosa.” Esse pensamento revela o lado místico e o científico convivendo sem conflitos na mente humana e demonstra que alguns fanáticos estão fazendo muito barulho por nada, como disse Shakespeare.

Abaixo, o trailer do filme Creation, sobre a vida de Darwin que estréia ainda este ano.


3 comentários:

Unknown disse...

Rosa Bertoldi:
Você gosta de criar caso hein?
Vive falando mal do governo, da sociedade, de tudo... está de mal do mundo? Mas, sabe que eu até gostei de ver se essa sua história dá alguma confusão? Falar de Darwin e de criacionismo sempre deu samba!
Parabéns!
Janira

Rosa Leda disse...

ha, ha, ha!!! Janira, vc é um caso muito especial.... Rosa Bertoldi, seu texto bate exatamente com o que eu penso.

Janaina Fainer disse...

ROsa, pensei tanto em vc outro dia
mas depois te conto melhor
ptimo texto e estou louca pa ver esse filme baseado na vida do Darwin
bjs