sábado, 24 de abril de 2010

A ilha de Capri, a grotta azzurra e o livro de San Michele...

Nem sei como a conversa chegou lá. Só sei que de repente eu comentei com o Eto sobre a ilha de Capri e a grotta Azzurra. Aquela onde o Tibério tomava banhos. Para quem não sabe a ilha fica no golfo de Nápoles, no maravilhoso mar Tirreno. Só existe uma água mais bonita que essa: a do mar Adriático. Mas, isso é outra conversa. A gruta Azul não tem similar no mundo. É indescrítivel e embora todos digam que até a sua atmosfera é azul, como fui visitá-la no inverno acabo dizendo que suas águas iam do turquesa ao lilás, pode? Creio que era uma questão de iluminação.
Mas, a primeira vez que li alguma coisa sobre a gruta foi na mais conhecida obra de Axel Martin Fredrik Munthe The story of San Michele publicada em 1929. Trata-se de sua autobiográfica. Relata suas influencias, uma delas Charcot, que foi mentor de Freud. Axel tornou-se médico da Família Real Sueca. Idoso e quase cego refugiou-se em Anacapri. De seu retiro na ilha escreveu sua mais famosa obra. Foi através do livro que descobri e me interessei por Capri, que fica a mais ou menos uma hora da mais antiga cidade italiana: Nápoles.
O local está dividido em duas partes Capri e Anacapri e a praça principal continua sendo a Umberto I. Ela era point badalado (acho que continua sendo) onde se misturavam os turistas, os habitantes e os ricos europeus que possuíam belas casas por lá. Sua marina estava sempre cheia de grandes embarcações e iates.
O passeio para a gruta é feito em um barco grande. Quando eu cheguei perto da gruta fui avisada que para entrar era necessário mudar para um barquinho, onde cabiam apertadinhas três pessoas e o barqueiro. A entrada do local é pequena e tende a ficar menor conforme a água do mar vai subindo, então o passeio tem de ser curto... ou você fica retido lá dentro até a maré baixar. Será que alguma vez Tibério ficou preso lá dentro? Tenho pavor de água, só a enorme curiosidade me fez entrar na tal casca de noz. Curiosamente minhas companheiras foram uma senhora judia e a filha que pararam na Itália, mas estavam a caminho de Jerusalém. Mundo pequeno... elas eram brasileiras de São Paulo. E depois de tudo acabamos jantando juntas. A entrada? Caprese, a salada típica da ilha: mozzarela, tomate, orégano e azeite... e com certeza não era kasher!
Acho que vou imprimir o texto para corrigir, pois estou completamente perdida, e nem tomei vinho croata ainda. Porque estou contando tudo isso? Recebi um email do Eto com a seguinte frase: “vc comentou ter ido num barquinho preso por uma linha...” O culpado por toda essa confusão é ele que me lembrou da aventura. Valeu a pena? Sim, estou pasma até hoje com a beleza do lugar. Acredito que a grotta Azzurra seja um dos mais belos lugares do mundo!!!!

Um comentário:

Rosa Leda disse...

Eu também! E você sabe que fomos muito sortudas? Tenho uma cunhada que já foi para lá duas vezes e não conseguiu entrar. No dia que Mário e eu fomos, havia um tenor num outro barquinho e não deu para não nos sentirmos no céu. Adorei vc me fazer lembrar disso. Beijo