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Uns têm apego à vida, outros ao vil metal. Políticos apegam-se ao poder. Meu filho é apegado a viagens e minha filha conjuga o verbo gastar... o dinheiro da mãe, é claro. O dela fica com o tio, aplicado na Bolsa de Valores. O citado tio é meu irmão. Um engenheiro mecânico que entende de economia e outras coisas mais. Diga-se a seu favor, foi o terceiro engenheiro pós-graduado em segurança, no Brasil. Ele dá assessoria pra Deus e o mundo. O todo poderoso dá-lhe mais atenção que os homens. Se os responsáveis pelas áreas energéticas do país prestassem um pouco de atenção aos seus conselhos muitos apagões teriam sido evitado. Ele tem algum apego? Não sei, mas tem um ego bem grande, embora isso não seja defeito numa família onde se tenta descobrir quem possui o maior.
Vamos aos apegos. Quando criança minha filha poderia ser classificada de mão fechada. Durante as férias o irmão esbanjava tudo no primeiro dia e ela guardava o seu rico dinheirinho, possivelmente imaginando um jeito de fazê-lo crescer. Agora ela encontrou... Naquela época, o Rio de Janeiro era nosso destino quase mensal.
Nem uma volta pelo calçadão de Copacabana estimulava seu desejo de consumo. Eram bons tempos. Hoje cultiva apego aos perfumes, às roupas de grife e famosos costureiros. Marcelo Quadros e Alexandre Herchcovitch são os preferidos. A intimidade é grande. Os moços convidam para lançamentos de coleções e avisam sobre as liquidações.
Sempre fui um pouco hippie, mas ela tem a quem puxar. Eu gosto de tudo que é bonito, de biquínis a trajes a rigor, de roupa de cama, mesa, banho a pratos e talheres. Mas, confesso meu apego descarado por bolsas de marca, e põe marca nisso. Posso sair com uma bermuda cortada de uma velha calça jeans e uma rasteirinha, mas a bolsa, bem ela é sempre assinada por um bom estilista.
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