domingo, 18 de janeiro de 2009

Tempos atrás tive um relacionamento como esse cara que achava minha adoração por Jane Austen absolutamente incongruente. Por quê, perguntava e recebia sempre um não combina como resposta.
Sempre achei que essa pequena atitude mostrava na verdade o quanto o tal rapaz não me entendia e possuia uma visão completamente distorcida dessa que vos escreve.
Posso ser uma moça moderna e relativamente independente, mandona e ansiosa (como faz questão de apontar sempre que possível minha mãe) mas também adoro Jane Austen. Orgulho e preconceito e Persuasão são meus absolutos favoritos. Já li e reli várias vezes e sofri com a arrogância de Lizzi, os preconceitos bobos de Darcy, os desencontros de Anne e Wentworth, amo aquelas tardes inglesas de jogos e tédios, os casamentos, as formalidades, o cortejo, os amores avassaladores, os finais sempre felizes, o climão século XIX... a-do-ro!
E até tentei ver O Clube de Leitura de Jane Austen (The Jane Austen Book Club , EUA, 2007) quando esse foi exibido na Mostra mas acabei optando por ouro filme e nunca mais havia pensado na assunto. Até que o vi na locadora e aluguei.
O filme é uma graça, captura e brinca bem com o clima das obras da autora e mostra que sim, dentro desse mundo de celulares, cartões de créditos e pouco contato humano, existe sim espaço para romance e amizade e sonho. A apresentação dos créditos enquanto vemos cenas tão corriqueiras desse mundo moderno é por si só uma sacada. Sim, somos dependentes de celulares e passamos apuros quando o sistema de qualquer loja não aceita cartão de débito ou crédito e assim a vida vai...
Voltando a questão sobre ser ou não ansiosa, sou. Não nego. Mas muitas vezes minha absoluta facilidade em resolver e produzir é vista como ansiedade. Mesmo não sendo. Tenho uma amiga ótima produtora de cinema que é muito pior do que eu, ela pensa rápido, acorda no meio da madrugada para resolver pendências e fala muito muito rápido. Se isso é ansiedade? Não, eu vejo como competência mas não sei ao certo como o resto do mundo a vê.
Engraçado isso, né? Às vezes as pessoas que deviam mais conhecer e ser em capazes de enxergar os outroas são quem o menos fazem. Às vezes só somos visiveis e compreensíveis aos que não nos conhecem tanto assim.
Talvez por isso Austen ainda faça tanto sucesso, porque assim que Willoughby aparece sabemos que sua integridade não é da melhores.



2 comentários:

Unknown disse...

Eu disse que vc é mandona e.....
Imagina só se eu faria isso com minha filha moderna, independente e tão ansiosa!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Também adorei o filme.
Bjs
Janira

Janaina Fainer disse...

mami, o mandano não foi vc!!
mas o ansiosa sim
beijocas ansiosas
janaina