domingo, 15 de maio de 2011

Ah, língua portuguesa!

Estou postando hoje, domingo, porque amanhã não terei condição. Desculpem o atropelo.

Pegando carona do texto de Rosa Bertoldi, falarei sobre escritores. Quanto às esquisitices... não tenho um cômodo forrado de cortiça mas quanto gostaria disso! Eu não consigo escrever nada se houver algum ruído constante como televisão ligada ou mesmo música cantada. Apenas suporto, mas não gosto de trabalhar(escrever) ouvindo música, se lembrar de outras contarei depois.

O escritor Cristovão Tezza a bordo no navio Grand Amazon, num cruzeiro pelos rios Amazonas e Negro, fez uma declaração que classifico como, no mínimo, instigante.
O começo desta história foi a ideia de Samuel Siebel, dono da Livraria da Vila, de reunir num ambiente não literário um grupo de escritores para falarem sobre literatura. Quarenta e seis pessoas pagaram caro para ouvi-los durante cinco dias, e os escritores não receberam cachê, apenas a passagem e o direito de levar um acompanhante. Achei a ideia muito interessante e gostaria de ter estado lá.
Voltando à manifestação de Cristovão Tezza que, se alguém não lembra, é o autor do comentadíssimo O Filho Eterno, em que narra sua experiência/ convivência com seu primeiro e super desejado filho, que nasceu com Síndrome de Down, pois bem, ele disse o seguinte: “Se eu fizer análise fico bom, curado, e não escrevo mais”.
Sem utilizar a conhecida lógica portuguesa (desculpe-me, eventual leitor nascido em Portugal, isso não é pessoal, apenas faz parte do folclore nacional, você sabe), podemos deduzir que quem escreve não é muito bom, tem algum tipo de doença (ele usou a palavra curado)...
Juntando isso à afirmação de que hoje há mais escritores do que leitores, e quem duvidar disso pode entrar no Google e ver em quantos sites e blogs esta frase aparece, podemos concluir que a maioria das pessoas tem um parafuso a menos e, portanto, competência para escrever.
Então?... então sei lá, não consigo concluir nada, mas, li outro dia uma tirinha da folha em que dois personagens dialogavam. Um disse ao outro:
- pense num número entre 0 e 100. Pensou?
- Pensei, e daí?
- Daí nada, é que gosto de falar coisas que façam os outros pensarem.

E, só pra gente se divertir um pouquinho vamos aos PALÍNDROMOS

ANOTARAM A DATA DA MARATONA
ASSIM A AIA IA A MISSA
A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA
A DROGA DA GORDA
A MALA NADA NA LAMA
A TORRE DA DERROTA
LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É
COR AZUL
O CÉU SUECO
O GALO AMA O LAGO
O LOBO AMA O BOLO
O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO
RIR, O BREVE VERBO RIR
A CARA RAJADA DA JARARACA
SAIRAM O TIO E OITO MARIAS
ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ

O que é um palíndromo? Uma palavra ou frase que pode ser lida da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita.
Há uma granja cuja marca é OVONOVO. Legal, não?
Depois das coisas sérias que certas pessoas escrevem neste espaço, mereço ir para o cadafalso?

4 comentários:

janaina disse...

Olá, pode deixra que achei a sua troca nessa semana comigo ótima pq onteme estava insana na Virada e hj estou descansando (mas trabalhando) em casa... ótimo texto e eu tb teria adorado este cruzeiro literário. bjs

Anônimo disse...

Bom, pelo jeito todo mundo queria estar no cruzeiro. Atestado de que têm um parafuso a menos. Eu não queria, mas... acho que todos sabem que tenho medo de água! Pode? Tomo banho, mas se for de banheira coloco somente metade de líquido. Acho que morri afogada no Titanic.
Parabéns pelo texto, xará.
Rosa II Bertoldi

Anônimo disse...

Há escritores que só escrevem a lápis, como se a caneta ou as teclas do computador tornassem mais remotos e rarefeitos os materiais para a escrita. Carregam numa das mãos a borracha, sempre prontos a repetidos e rápidos movimentos de correção.
Esses escritores infirmam a conclusão que trabalhando no computador conseguimos visualizar a cada momento, de maneira inovadora, o que seria visto com dificuldade numa página produzida a lápis; em outras palavras, conseguem no computador o que seria, em princípio, "antivisual", não "preensível", na escrita a lápis. Nas mais diversas formas e modos de escrever não ocorre o pressuposto da improbabilidade de produção, nem uma forma estranha ou outra conduz à impossibilidade de escrever. As condições em que os escritores produzem não levam exatamente à impossibilidade de percepção, embora uma escritora já tenha declarado que escreveu apenas dois livros porque foram escritos coincidentemente com o período em que contou com ajuda de uma empregada doméstica.

Rosa Leda disse...

Lembrei de uma esquisitice minha. Quando comecei a usar computador coloquei barulhinho de máquina de escrever, ele fazia uma sonoplastia perfeita no escritório isolado que fora casinha de boneca das minhas filhas