segunda-feira, 9 de maio de 2011

Encontros Paralelos

A Rosa Gabrielli está com um novo livro no forno.Como está muito ocupada decidi adiantar o texto do Mário para os leitores. Parabéns, Rosa!!!!!!

Duas retas distintas no plano são paralelas quando não têm nenhum ponto em comum.
Encontros Paralelos não ocorreriam, teoricamente, mas há muitos caminhos que trilhamos lado a lado numa simbiose perfeita! Rosa demorou para encontrar o nome de seu livro onde fala de encontros em que, muitas vezes, as palavras afastam, os olhares aproximam e as simbioses se desmancham, ejetando uma das partes para muito longe da harmonia buscada.
Em Contos de Solidão, seu livro anterior, o isolamento doloroso se mesclava com histórias bem humoradas, de que participaram seres humanos de complexos perfis, animais e lembranças.
Agora, continua a química encontrada, quando coloca no mesmo cadinho lembranças de viagens, histórias de família, sonhos e contos bem estruturados sem ficar presa a um formalismo artificial.
As histórias fluem e nós somos levados pela fantasia a um mundo maravilhoso em que a contemporaneidade dialoga com o passado.
Leitura para todas as horas.

2 comentários:

Rosa Leda disse...

Obrigada, xará!

Bjs!

Sérgio Rizzi disse...

Estas palavras, para dar nome a um livro: Encontros paralelos, têm tudo para nos causar perplexidade. Pois, afinal, o que há de tão lógico em deter-nos no encontro de linhas paralelas. O que se teria produzido? Seríamos tentados a pensar que o espaço entre as linhas paralelas de tão pequeno permitiu que as linhas se avizinhassem até o encontro.
Mas, esclarecido está que teoricamente seriam impossíveis tais encontros "mas há muitos caminhos que trilhamos lado a lado numa simbiose perfeita!"
De fato, como compreender esse curto-circuito teleológico que envolve as pessoas na vida, essa coincidência de princípio entre doença e saúde, sofrimento e felicidade, amor e desamor, justiça e injustiça, a vida selvagem e urbana?Qual a receita para mergulhar no universo do outro e pulsar no ritmo do seu coração? Sem cinismo, como entender o outro pelo seu olhar e não por suas palavras? O livro por certo prova que o temor do encontro é inútil e que a literatura mostra ser possível conseguir dos homens que renunciem a seu "egoísmo" e se encontrem, ainda que por linhas paralelas. A tópica da paixão pela escrita é deixar entrever, narrando, encontros (estórias) paralelas.
É bom inverter as expectativas e as perspectivas. Somos passageiros de uma mesma barca. Cada um tem no seu interior o outro.
Sérgio