segunda-feira, 30 de maio de 2011

Três histórias sobre homens...

Ela disse ao amigo que gosta muito da música Yolanda. Ele concordou com seu gosto, também gosta, principalmente porque teve uma amante com esse nome, e o caso deles foi uma loucura!
Perguntou-lhe se não sentia medo de ter amantes, pois que teve uma penca delas, e quase todo mundo ficava sabendo... mas está casado há 40 anos.
Como é psicanalista, depois de mencionar as idéias de vários teóricos da psicanálise indo de Lacan a Jung e uma porção de números baseados em estudos de caso, saiu-se com esta “pérola”:
- Só tenho amantes casadas com homens ricos, que vivem no maior conforto... como, por mais que eu trabalhe, não consigo enriquecer, tenho certeza de que elas têm muito mais regalias com os maridões... por isso não me sinto ameaçado. Jamais pensarão em deixá-los.

O que fazer com esta peça?

Ele não cansava de escrever poemas e falar a ela sobre seu amor. Amor antigo, antiqüíssimo, mal resolvido, calado. Ela adorava seus escritos, oxigênio aditivado!
O marido dela morreu repentinamente. A primeira pessoa para quem ela ligou foi o amante – aquele caso mal resolvido do passado – que não era um amante mas um sonho. Chorou ao telefone, disse-lhe que sentia remorsos. Ele a consolou... e nunca mais respondeu aos seus telefonemas nem e-mails.

Esse é pior?

O marido não queria dançar. Recusava-se a ir a bailes. Ela adorava dançar, mas não queria sair sozinha por duas razões: provavelmente não dançaria, pois já estava bem madura e há muita mulher solta neste mundo, e segundo para evitar que falassem do seu marido - era um bobalhão, que ela estava dando bandeira... Não, preferia não ir sozinha.
Entrou num curso. Pelo menos dançaria durante as aulas.
Assustou ao ver a proporção de homens e mulheres. Havia quatro homens e... trinta e uma mulheres! Desses quatro homens dois estavam com a esposa, um com a namorada e um era viúvo. Ah, esse viúvo, como era cobiçado!
Viúvas, divorciadas, solteiras... ela era casada, vivia bem com o marido, o único desencontro era a história da dança. Logo no seu primeiro dia na escola de dança o tal viúvo veio tirá-la. Parecia natural, aluna nova, boa aparência – carne nova no pedaço!
A conversinha de sempre: faz tempo que frequenta o curso? Gosta? Vai aos bailes?
Eu? Não, não sou viúva, contou do marido super companheiro mas que não gostava de dançar. Ele ficou com ela o tempo todo. Na aula seguinte, na outra e na outra...nenhum assédio, nenhuma insinuação...
Ela, intrigada, perguntou-lhe por quê.
- Você é a única que não constitui ameaça. Está casada, feliz, é inteligente e dança bem, por que vou procurar enrosco com uma desimpedida? Provavelmente criará um romance que não tenho a mínima intenção de alimentar.

Quem tiver mais alguma conte, e eu acrescentarei à minha coleção.

2 comentários:

Alexandre Henrique disse...

Fantástica estas histórias. cada uma melhor que a outra, Gostei do blog, venho aqui agradecer a visita da Janaína. Um abraço a todos,

Alex.

Rosa Bertoldi disse...

Rosa:
Seu personagem tem fôlego, nossa QUE IMAGINAÇÃO! Rosa Bertoldi