sábado, 3 de outubro de 2009

Sobre Familias...


Enquanto minha amiga desesperada contava sua história eu tomava calmamente meu café. Cachorro! Despertei de minha divagação para prestar atenção no assunto.
Todo esse tempo ele tinha duas famílias. Era o mais paparicado dentro daquela casa. Tudo girava em torno dele. O louro lindo quase provocou uma briga entre ela e o irmão, que deixara um sofá no escritório da residência por algum tempo devido a reformas em seu apartamento. O “cachorro”, como ela o chamava, após a descoberta, se encantou com o sofá preto e lá se aboletava sempre que queria tirar um cochilo.
Negociou a permanência do móvel em troca de outro mais novo e moderno, de grife, como ela afirmava, pois o mano aproveitou-se da ocasião e escolheu o produto na Tok & Stok, uma verdadeira fortuna!
Um belo dia ele apareceu arranhado. Ela fez um curativo. Ficou encucada com o machucado, ao lembrar-se que uma conhecida sua havia descoberto batom na cueca do marido, quando separava roupas para colocar na máquina de lavar. Ciúmes? Bobagem, sou uma mulher de cabeça boa, e ele é tão delicado, carinhoso! Deixou para lá.
Viajou a trabalho e ao voltar no dia seguinte ficou surpresa: o local do machucado tinha outro curativo e os pêlos tinham sido raspados em volta do arranhão. Achou esquisito e
perguntou a queima roupa: você tem outra família? Como isso é possível? Ingrato, cachorro, sem vergonha...
Sempre achei estranha essa história de ficar uma parte do dia aqui em casa e de repente sumir. Tentei até seguir você, mas nunca conseguia, pois de repente vapt... e parecia que havia sido abduzido. Como você conseguiu um furo na cara? E quem fez o outro curativo? Nessas alturas ela estava quase gritando e os mais próximos da nossa mesa olhavam espantados. Levantei as mãos e perguntei: afinal, o gato ou o cachorro, sei lá, como você diz, é o seu namorado? Não, é meu gato, aquele loirinho de nariz cor de rosa. A mãe morreu cinco dias depois de seu nascimento. Então, criei o filhote na mamadeira e deixei-o dormir na minha cama. Você acredita que ele chegava até babar no meu travesseiro? O apartamento tinha carpete e precisou ser dedetizado, pois sou alérgica, ALÉRGICA, ouviu? Tomo até remédio da homeopatia feito a base de pêlos de gatos para não espirrar quando fico perto de felinos. Ele ia comigo para todos os lugares, até em churrascos, o ingrato. Como ela está inconsolável, após o lamentável acontecimento, peço aos leitores um favor: mesmo que saibam quem é a outra família, não contêm a história, para que a dona número dois, não fique tão traumatizada como minha amiga. Aproveita e faça uma sugestão: porque não usa um protetor fator 8 no nariz do seu gato, ele é tão clarinho... Isso é o que ela fazia todo santo dia, usando o gel para que as sardas do loirinho dela não aumentassem! Em tempo, as ilustrações são aleatórias. Como os genéricos estão em moda, então procurei um gato similar, substituindo o verdadeiro, como acontece com remédios... é e não é... Não tive coragem de pedir uma fotografia do “cachorro” para ilustrar o post. Ela podia bater em mim, ou pior, jogar o café no meu blazer Herchcovitch – juro que ele não é genérico – para descontar a raiva que estava sentindo!

4 comentários:

Janaina Fainer disse...

impagável

Anônimo disse...

hilário!
bjs, Eto.

XXKJXKLJ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
XXKJXKLJ disse...

MUITO ESQUEZITO