segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CARTA A ROSA

Querida Rosa Bertoldi, o mesmo vírus que atacou você me pegou de jeito. Quiçá conseqüência dos anos vividos, quiçá reflexo dos tempos bicudos, quiçá efeito tardio da miséria vista nas férias passadas, o fenômeno virótico tem se manifestado quando, postada à frente do computador, tento escrever algo leve e atual para o blog. Não sai.
Tenho escrito contos lúgubres mais para Poe do que para L F Veríssimo.
O fato é que nem por e-mail têm chegado mais piadas de tipo nenhum, o humor bateu asas. O falso sorriso da Dilma? A cara preocupada do Serra? A gesticulação irritante do Lula nos seus ternos impecáveis e com o cabelinho meticulosamente arranjado ou desarranjado, conforme a situação? A cara de madona arrependida de dona Marisa? A perspectiva de uma massacrante campanha? Os policiais corruptos, a violência dos bandidos, os assaltos, roubos, furtos? Os oito filmes ruins em exibição nesta cidade? Quem assumirá a responsabilidade pelo seqüestro do nosso humor?
Melhor que pedissem resgate, pagaríamos, e que o devolvessem.
Por isto, minha querida amiga e xará, não se preocupe, obedeça às recomendações dos que afirmam ser essencial o pensar positivo, aliás você já leu o Código Isaías? Controle seus pensamentos, vírus não têm vida longa. Aguarde.
Um carinhoso e virótico abraço

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