sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

NASCIMENTOS E INCOMPRENSÃO - Continuação

Sob o comando do sargento-mor Theotônio José Juzarte, os navegantes continuaram viagem, sempre com a determinação de chegar ao Forte e Presídio Nossa Senhoras dos Prazeres. No Tietê, viram os morros de Piracicaba e Araraquara-Guaçu, há mais de oito léguas de distância. Acampavam sempre com o mesmo ritual. No dia seguinte, 24, seguindo rumo noroeste, transpuseram as cachoeiras Potunduva, Ibauru-Guaçu e Ibauru-Mirim... arrancharam próximos a um rio que desembocava entre elas (Rio Bauru?).
25 de abril, dois nascimentos iriam atrasar a viagem. Uma jovem mulher, cabocla das Gerais, num lento e doloroso parto, deu à luz um menino... seu nome, Jesus. Criança robusta que abriu seus pulmões na mata e chorou até encontrar o seio materno e mamar com avidez. Outra jovem, uma índia bronzeada, guarani da horda de Apapukuva, solitariamente seguiu em direção a um igarapé e silenciosamente, imersa na água, sentiu nascer um menino... novo choro à procura das mamas maternas invadiu a floresta. Seu nome... Yma ú, uma “semente sagrada”.
            O caboclinho e o indiosinho foram saudados pela passarada da floresta. Iriam rumo a Iguatemi que com todas as dificuldades  seria atingida depois de dois meses. Os nenês, crias de raças diferentes e antagônicas, muito depois, alguns anos adiante, poderiam se confrontar, um trucidando o outro ou vice-versa. Era a lei da floresta daquele sertão desconhecido. Colonos querendo conquistá-lo; índios querendo preservá-lo.

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