segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Das nuvens


“Our lives are not our own. 
We are bound to others, past and present, 
and by each crime and every kindness, 
we birth our future.” 
David Mitchell

"Atlas das nuvens" de David Mitchell foi publicado em 2004 e é um livrão. Literalmente. 500 e poucas paginas na cópia que tenho em casa. Dessas publicações que dá para usar como arma no metro. E é um livrão no sentido figurado. Lindo. Emocionante. Desses que a gente lê e fica triste quando acaba e já quer recomeçar.
Dividido em histórias, cada uma a seu tempo e com seu conjunto de personagens, que de certa forma se comunicam e entrecruzam formando um todo único.
O primeiro núcleo chamado "The pacific journal of Adam Ewing" se passa em 1849 no Pacífico Sul e narra as desventuras de Adam Ewing
 O segundo "Letters from Zedelghem", em 1936, é focado na vida do compositor Robert Frobisher, seu amor proibido por Rufus Sixsmithe, e pela música, obviamente. Frobisher lê o diário de Ewing enquanto compõem sua obra prima, uma sinfonia chamada The Cloud Atlas Sextet.   
"Half lives: the first Luisa Rey mystery" acontece na San Francisco de 1973, quando a jornalista Luisa Rey conhece o cientista Sixsmithe que a coloca a par de perigos ligados ao uso da energia nuclear. 
"The ghastly ordeal of Timothy Cavendish" se passa na Inglaterra de 2012, quando o editor Cavendish se vê as voltas com confusões financeiras, familiares e amorosas. 
"An orison of sonmi-451", se passa em 2144 em um lugar chamado Neo Soul, um mundo dividido entre seres humanos e réplicas sendo uma delas Sonmi-451.
E o sexto, "Sloosha`s crossing an` ev`rythin` after" que se passa eu um mundo pós apocalíptico, em 2321, após um acidente nuclear, quando comunidades sobreviventes se degladiam em busca do mínimo e rezam através das palavras de Sonmi. 

O livro virou filme e o filme “A viagem” foi trucidado pela crítica.
Eu amei o filme e comprei o livro. Amei o livro e revi o filme.
O longa é dirigido por Tim Tykwer e pelos irmãos Lana e Andy Wachowski.
Lana, que era Larry, e passou por uma operação para mudança de sexo e este foi seu primeiro trabalho pós resignificação. E as críticas se referiam mais a este fato do que ao filme em si.
Eu, pessoalmente, gosto das soluções encontradas pelos diretores para resolver as 500 e poucas paginas sem perder a poesia. O livro conta historias sobre gente que ajuda gente e gente que atrapalha gente e mostra como mesmo com o passar de décadas, as histórias calcadas em caráter e humanidade, se repetem. E fala também de sonhos e rebeldia e de como os sonhos são a matéria de mudança e evolução do mundo...
Vale a viagem.


6 comentários:

Anônimo disse...

Lindo. O filme está nas locadoras? Acho que prefiro os quinhentos minutos do filme do que as 500 páginas do livro!!!!!!!!!! Rosa Bertoldi com preguiça

rosabertoldi@gmail.com disse...

Eu vi a Viagem no cinema, que cabeça a minha, mas vou alugar para ver novamente. Acho que entendi melhor depois de reler seu texto. Parabéns!
Rosa Bertoldi um pouco mais ligada agora que viu o trailler

fernandoazevedo@gmail.com disse...

Prezada Janaina Fainer:
Ru li seu post e assisti o filme. Felicito você pela sensibilidade na sua análise. Fernando Azevedo

janirabastos@gmail.com disse...

Janaína: Parabéns pelo texto.

thiago roque disse...

confesso que o filme nunca me interessou, mas confesso que, depois de ler o post, o livro me interessou! vou procurar!

Janaina disse...

Thiago, a questão é que só existe uma tradução lançada pela Presença em Portugal... eu tenho em inglês e já tentei a edição portuguesa mas está esgotada...