segunda-feira, 2 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER?

A data só faria sentido se houvesse também o Dia Internacional do Homem ou o Dia Internacional do Ser Humano.

Nossa sociedade é machista? Sim!
A cultura ocidental é machista? Sim!
A cultura oriental é machista? Sim!
As Igrejas em geral são machistas? Sim!
Há igualdade entre os sexos? Não!
Deveria haver? Em certos aspectos sim, em outros não. Pode-se imaginar uma sociedade em que homens e mulheres fossem idênticos? Para que, então, haver homens e mulheres? Para procriar? Certamente a ciência daria um jeito nisso. O encanto não é a diferença?
Homens e suas características
+
mulheres e suas características
__________________________
= gama inumerável de possibilidades e um mundo cheio de alternativas.

Homens e mulheres deveriam ter, então, direitos diferentes? Sim, já que as necessidades são diferentes. Licença maternidade de seis meses é justo. Licença paternidade de seis meses? Provavelmente esse homem ficaria à toa Amamentar? É coisa de mãe. Varrer a casa e cozinhar? Coisa de mulher. Levar filho ao pediatra? Coisa de mãe. Lavar a roupa? Coisa de mulher. Quais são as coisas de homem? Trabalhar, jogar futebol, conversar, alguns serviços gerais “de risco” como trocar uma telha ou uma lâmpada, consertar uma tomada, conectar o bujão de gás, carregar algo muito pesado e algumas outras. As tribos primitivas viviam assim e não reivindicavam direitos iguais. O homem caça, a mulher cuida da cria. A mulher alimenta a cria, o homem brinca, ensina jogos, compete.

Alguém poderá dizer: credo, que análise superficial... Não é análise mas constatação. É esse o dia-a-dia de uma parcela significativa do nosso mundo. Claro que nossos meninos têm aprendido a mexer com as coisas do lar, ajudam o tempo todo a cuidar da cria, colaboram nos serviços da casa até porque as meninas estão aí, no mercado de trabalho... A idéia não é guerrear.

Sou totalmente contra a guerra dos sexos. Homens são maravilhosos e viver com eles é muito bom, exceto quando não é. Sem eles a Terra seria muito chata. Um mundo sem mulheres? Impossível! Elas são fascinantes. Não há homem que não sorria diante da “necessidade premente” de uma mulher sair agora para comprar um vestido novo porque não tem o que vestir, ir lavar a cabeça na cabeleireira, comprar um esmalte daquela cor, aquela, entre vermelho queimado e tomate mas sem toque de laranja, num tom um pouco mais rosado do que vinho...



Chegamos a um impasse? Rainer Maria Rilke em Cartas a um Jovem Poeta diz:

“ Algum dia haverá meninas e mulheres cujos nomes
não significarão mais apenas o oposto do masculino,
mas algo em si mesmo,
algo que leve a pensar não em complementos e limites
mas em vida e existência: o SER HUMANO FEMININO.
Esse progresso (no começo muito à revelia dos homens destronados)
transformará a experiência do amor,
que hoje está repleta de erros,
altera-la-á de cima a baixo,
reformulando-a até torná-la uma relação
que fluirá de um ser humano para outro
e não mais de um homem para uma mulher.
E esse amor mais humano (que irá satisfazer a si mesmo,
em sua infinita consideração e delicadeza no atar e desatar),
lembrará este que estamos preparando com esforço e luta,
um amor que consiste em duas solidões que se protegem,
se tocam e se saúdam.”


Uma outra tradução do mesmo texto diz:
"Um dia (desde já predito, sobretudo nos países nórdicos, por sinais fidedignos) ali estará a moça, ali estará a mulher cujo nome não mais significará apenas uma oposição ao macho nem suscitará a idéia de complemento e de limite, mas sim a de vida, de existência: a mulher-ser-humano.
Esse progresso há de transformar radicalmente (muito contra a vontade dos homens a quem tomará a dianteira) a vida amorosa hoje tão cheia de erros numa relação de ser humano para ser humano, não de macho para fêmea. E esse amor mais humano (que se produzirá de maneira infinitamente atenciosa e discreta, num atar e desatar claro e correto), assemelhar-se-á àquele que nós preparamos lutando fatigosamente, um amor que consiste na mútua proteção, limitação e saudação de duas solidões".

Boa semana!

3 comentários:

Janaina Fainer disse...

lindooooooooooo

Anônimo disse...

Alguém descobriu uma metáfora fortíssima para designar o dia 8 de março: Dia Internacional da Mulher. As reflexões sobre a mulher correm pelo mundo todo. Se, distraídas, avançarem, poderão cair no Brasil. Como essas que vierm no lindo texto da Rosa. As mulheres nunca perdem a marca própria. Anônimas ou não, elas são inconfundíveis. A atmosfera desse dia é especial, o mundo marcha para as mulheres. Sérgio Rizzi

Anônimo disse...

MARAVILHOSOOO!!!!!