quarta-feira, 25 de março de 2009

Keep it simple & Just do that... ou prólogo sobre a liberdade e a solidão…

Pronto. Esta deve ser a décima segunda vez que escrevo esta primeira frase do primeiro post no blog e apago. Se fosse no século XIX (ou sei lá, qualquer ano antes de 1990, afinal talvez seja a mesma coisa), diria que neste momento teria um monte de papeis amassados jogados numa cesta de lixo. Mas não.. Agora é uma página em branco, criação de alguém que hoje deve receber milhões de ações da Microsoft e agora – coitado – em vez de 3 casas teve que vender uma para pagar dívidas do cartão de crédito feita para comprar ipods. E um cursorzinho propositadamente programado para piscar na velocidade máxima, para incomodar mesmo, para ver se sai alguma coisa. Além disto, um monte de pensamentos – e se “to share is to live” é a máxima da nossa década, porque não “blogar”? E daí tem a liberdade.... Tá bom, vou começar a escrever no blog... Mas escrever o que? Quantas linhas, quantos caracteres, qual assunto?? Qual profundidade? Qual público alvo? Qual grau de disclosure da vida pessoal? Escrever como um observador do mundo, na terceira pessoa (como sempre faço, confesso), ou não, “me jogar” na aventura de dizer EU ACHO QUE.... (sei lá o que eu acho..). Quase tão irritante quanto a pergunta que meu psicanalista me faz todas as vezes – conte-me tudo, e fale a primeira coisa que vier a cabeça... Desde que o mundo é mundo, ou seja, desde que a internet foi lançada para uso comercial, em 1994, tive a vontade de “blogar”, antecipando uns 5 anos o conceito hoje já ultrapassado (afinal tenho mais de 30!) – o lance agora é “twittar”, uma vez que para postar alguma coisa no blog é necessário (ou talvez seja uma forma possível) escrever um TEXTO, ora, vejam só, uma coisa que tem mais de 140 caracteres! Alguem lê? O que é leitura? Ah sim, uma forma arcaica de comunicação, na era da “interação com a informação”....
Enfim, a razão (que me vem a cabeça) do porquê tal projeto nunca foi posto em prática (“to share is to life”) é porque creio que faz pouco tempo que percebi que não há necessidade nem de uma auto-analise profunda, nem de um tratado sobre a vida cosmopolita-globalizada-líquida (adoro o conceito da vida líquida de Zygmunt Baun – é assim que se escreve mesmo? Será que checo ou não checo? – Ops, não checo, pois estou dentro de um avião OFFFFF LINE que horror! Não posso perguntar pra Deus Google, onisciente, onipresente. Tampouco descobri que não há necessidade de “estruturar”, ou seja, escrever uma introdução, um desenvolvimento e um fim, ou, mesmo não sendo assim, que existam hiperlinks lógicos entre os assuntos.. Ou talvez isto tudo seja necessário, e até desejável, e eu simplismente não estou A FIM! Talvez seja esta a grande descoberta...Sense & simplicity... já diz a propaganda mais esperta que eu já vi). “Just do that” – já orientava outra grande propaganda... Pronto, Philipps e Nike eleitas como os ícones do dia para mim. Keep it simple & Just do that. Serve até para o título. Talvez a grande pergunta seja o que é afinal o IT e o THAT destas frases. Se alguém algum dia conseguir defini-lo(s)(la)(s) por favor me avisem!!
Entao ta, o avião vai aterrisar daqui a pouco (Paris-Amsterdam, mas poderia ser RJ-SP, nao sei se a diferença seria muito grande), e nem de longe comecei a discorrer sobre UM assunto que seja... Uma coisa meio Seinfield falar sobre o nada, mas pelo menos já defini um objeto indefinido sobre o que escrever – o IT e o THAT acima.. Mas tem tanta coisa... Poderia ser sobre quem sou eu? (um mini-curriculo, que seja, vai que um headhunter acaba lendo este blog...ou alguem do linkedIn), sobre minhas aspirações amorosas (vai que arrumo o príncipe encantado aqui).. Poderia ainda falar justamente sobre o que é ser um gay-SaoPaulo-seculoXXI (ou tentar definir isto).. Ou falar sobre a fauna e a flora corporativas, ou sobre a vida globalizada de um pos-yuppie-alwaysconnected (chegando em Paris hoje a primeira coisa que fiz foi falar com um amigo a 8 fuso-horarios de distancia)... Ou, cereja do bolo ou cerne da questao, sobre a liberdade e a solidão advindos disso tudo..
OK.. Acho que já deu pra ter um pouquinho de idéia... Consideremos apenas o começo. Agora vou lá senão a comissária de bordo me joga do avião.. FUI.

2 comentários:

Rogerio disse...

Eu nao sei bem o que é...mas realmente é bom escrever... e é bom assim...quando escrevemos o que vem a cabeca na hora... bienvenido e espero que aproveite...

Janaina Fainer disse...

bem vindo
prazer imenso
e salve D'us Google
bjs