domingo, 31 de agosto de 2008

E se...


Essa semana vi dois filmes que gostei em níveis diferentes e ambos me fizeram chorar. Claro que questões hormonais têm me feito chorar com quase tudo mas isso não vem ao caso.
Finalmente vi Um beijo roubado (My Blueberry Nights, 2007) com roteiro e direção de Wong Kar Wai em dvd e engatei Separados pelo casamento (The break up, 2006) com direção de Peyton Reed na televisão.
Os dois são incrivelmente diferentes embora tenham como tema o amor e sejam tocantes cada um a sua maneira. O filme de Wai é lindo com sua estética característica de silêncios imensos, espaços vazios, incomunicabilidade e solidão. Havia gostado de 2046 e Amor à flor da pele e amei Minhas noites de mirtilo, título original que faz muito mais sentido à busca de Elizabeth (Norah Jones) e sua conexão imediata com Jeremy (Jude Law) do que o título em português.
O filme é intenso, emocionante, o elenco sensacional, a trilha linda e o roteiro verossímil em sua estranheza e doçura. Chorei mais porque o filme é lindo e mostra um lado da vida, do amor, da necessidade física que temos de nos conectar, de acreditar nas pessoas de um modo impressionante do que pelo final.
Separados pelo casamento (The break up, 2006) com direção de Peyton Reed e roterio dos iniciantes Jeremy Garelick e Jay Lavender foi um filme feito sem nenhuma ambição artística a não ser o de blockbuster com Jennifer Aniston. E surpreende ao ser uma comédia romântica estranhamente realística já que mostra um casal longe de perfeito que embora se ame luta com suas diferenças. A personagem de Aniston é uma mulher com todos os defeitos que afligem a maior parte das mulheres quando em relacionamento, ou seja, é chatinha, exigente, pentelha, ciumenta, insegura, insatisfeira e o personagem de Vince Vaughn é nada mais nada menos que um homem com H maiúsculo. A química entre os dois, que sabidamente era real, é ótima, as dificuldades que eles vivem são facilmente identificáveis e o final surpreende. Não há final feliz quando se trata de amor. Quando muito há final. Chorei. Chorei por me identificar muito com a chatinha e ver que às vezes não adianta, o buraco é realmente muito mais embaixo e não importa o quanto se lute, a coisa não vai dar certo.
Inclusive essa semana tive uma experiência engraçada. Estou cansada e um dos meus primeiros sintomas de cansaço é baixa tolerância a barulho. Fico chatinha com barulho, deixo o celular no vibra o tempo todo, não ligo o som ou a TV a menos que necessário. Curto o silêncio afinal meu trabalho envolve muito barulho. Então metade do tempo não atendo o celular que vibra.
Então recebi um recado. Era esse cara por quem eu tive uma paixão estranha nos últimos anos. Coisa que ia e voltava e que recentemente eu exorcisei de vez. E retornei a ligação. E conversamos por horas mesmo que sabendo que não quero mais nada com ele e que ele já deve estar em outra também. Conversamos casualidades e foi ótimo. Só isso.

3 comentários:

Camilla Tebet disse...

Só isso não. Monte de coisas. Descobertas em filmes, ligações inesperadas e superações esperadas. Diria uma revista a bagdad café nesse primeiro filme. Adorei também.
beijos e veja se descansa nega. Tá demais...

Antunes Ferreira disse...

LISBOA - PORTUGAL

Olá!

Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo.

Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.

Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado

www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com

Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos

– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não, compra-o.
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Mas, sublinho, apenas o uso quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»

Camilla Tebet disse...

Quis dizer revisitada..