quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A ORQUESTRA DO SENTIR



Olha que curioso: semana passada não tive tempo de escrever algo legal por aqui. Confesso que não tive tempo nem inspiração. Para não pular meu dia, já que me sentiria mal, coloquei apenas uma frase carente pedindo desculpas e explicando a ausência. Vocês acreditam que foi meu post mais comentado nesse blog? Por que estou dizendo isso? Não! Não me importo com número de comentários. O que estou pensando aqui é diferente. Explico. Por que na maior parte do tempo a vida nos surpreende com resultados que não imaginamos? Estava lendo o texto do Rogério sobre o choro. E como tenho chorado muito, fiquei pensando que às vezes é esperado chorarmos e não choramos. Às vezes não temos razão alguma aparente e deixamos desaguar.
Esses dias isso me aconteceu. Tive o privilégio de assistir à apresentação da Orquestra Sinfônica de Israel. Entendo pouco, mas gosto muito de música clássica. Estava eu lá, na primeira fileira (ingresso de imprensa é sempre o pior, né?) com uma amiga. A apresentação começou às 21. Eu comecei a chorar, me arrepiar e a me emocionar as 21,15 e só acabei no dia seguinte, quando acordei. Quem me via deve ter pensando que eu entendia muito de música clássica ou que era uma pessoa super sensível à arte. Nenhum dos dois. Eu não esperava chorar e me emocionar tanto. Não! Mas aconteceu! Dessas coisas que não se explica e não se sabe bem a razão. Lógico que a música me emocionou e a regência do maestro Dan Ettinger, como você podem conferir ainda em SP e no Rio, é um troço vigoroso, que emociona quem vê, mas chorei mais que isso sabe?
E aí, pensando no meu post e no choro do Rogério e nas coisas que eu faço esperando um certo resultado, compreendi que não adianta explicar, planejar, esperar, basta sentir. A expectativa deve sem bem orquestrada sim, mas a liberdade de sentimento é com certeza o melhor spalla.
Beijos a todos

3 comentários:

Rosa Bertoldi disse...

Bem vinda ao mundo dos chorões.
Vc sabe que eu tenho vontade de chorar toda vez que uço debaixo dos caracóis... deve ser a lembrança dos tempos difíceis que vivemos, mas também choro ouvindo Bolero de Ravel, e até aparentemente sem motivos...
Chorar faz parte!
Bjs
Rosa

Janaina Fainer disse...

nas o povo eh assim: solidario na queda para nao dizer outra coisa. qdo a pessoa esta saltitante ninguem sente necessidade de comentar. eh foooooodaaaaaaaa.
bom ver vc inspirada.
mas alem de sua amiga sou sua fa mas vc sabe disso.
beijos mil

João Neto disse...

É isso, pequena gafanhota! Uma amiga certa vez me disse que quando esperamos muito que alguma coisa aconteça e ela não acontece, temos uma desgraça. Por outro lado, quando não esperamos que a tal coisa aconteça e ela acontece, temos o milagre.

Também me surpreendo com isso. Mas choro pouco. Não por machismo, tenho um pequeno problema orgânico que me impede de gerar lágrima suficiente, até mesmo para irrigar o olho (Um amigo me disse que isso é o maior atestado de macho que posso exibir).

Grande beijo!

Ps.: Mesmo quando não apareço, estou presente. Ou seja, às vezes leio e não comento. Coisa de doido...