sábado, 21 de março de 2009

Meus filhos tiveram quase todos os tipos de bichos, inclusive bicho-de-pé, menos elefante e cobra. O elefante é grande demais para um quintal tão pequeno e a cobra... bem, é difícil saber das suas intenções e como não tenho vocação para Cleópatra, ela foi vetada.
Cão e gato não combinam, diz o dito popular, mas os prediletos aqui sempre foram os bichanos e os au-aus. Algumas vezes essa mistura dá tão certo que eles acabam amigos partilhando da mesma cama. Hum, ga-chorro... pensaram as mentes sujas.
Vamos aos fatos: apareceu uma velha cachorra em nossa casa em construção e tornou-se o xodó de todos sendo alimentada e tratada com carinho. A festa durou pouco, animais não podem ficar soltos em condomínios e ela acabou retirada do local. Como a história tornou-se de domínio público, para compensar a perda os amigos passaram a procurar algo para substituí-la. Primeira alternativa: uma gatinha desaparecida em circunstâncias suspeitas antes de aportar aqui. Depois chegou a Maya, apadrinhada pelo Alan.
Quem é Maya? A ninfa protetora das fontes na Grécia Antiga e mãe do envolvente Mercúrio. A nossa ninfa-cachorra herdou o nome acrescido do charme de sua xará. A foto dela circula pela Internet através do blog da minha filha, uma presença constante em Bauru nos últimos tempos. Saudades da família? Me engana que eu gosto. Com certeza a culpa era da nova integrante do clã.
Preta e bege, ela corria alegre e brincalhona por uma casa cheia de escadas esbanjando simpatia. Tombos? Levou um montão, pois arquitetos planejam residências pensando no binômio, beleza/técnica e não em conforto de filhotes de pernas curtas.
Sua companheira distante foi uma gata siamesa. A Juju é um exemplar de alta classe. Ela possui calda longa, focinho fino, orelhas pontudas e a marca registrada da raça – olhos azuis – tão bonitos quanto os da Juliana, personagem principal da novela Terra Nostra. Devido à semelhança ganhou o nome. Seu corpo é creme com marcas em diferentes tons de marrom. Fiel, escolheu como dono o meu marido e ele dedica-lhe total atenção. Imponente, ela ignorava ostensivamente a todos nós, inclusive a Maya. Quem disse que a cachorrinha queria ser ignorada? Na tentativa de ganhar a Juju procurou estabelecer relações sendo recebida com desdém e uma patada. Maya, como autêntica vira-lata deve ter pensado: “tô nem aí” e tomou conta do pedaço.
Sabe aquele tapete, puro design escandinavo, o sonho de consumo dos filhos da Bauhaus? Pois é, nele a Maya dorme uma parte do dia demonstrando seu gosto refinado. Isso não merece um prêmio? Sim. Então, vou contar um segredo se você leitor não sair por aí dizendo que sou a Vera Loyola caipira. Ela andava pela casa com uma das minhas pulseiras transformada em colar. Afinal, nem só de ração e frutas vivia uma menina como ela. Lamentavelmente sumiu. Assim do nada, em uma de suas escapadas acabou perdida ou roubada, não sei.

3 comentários:

Anônimo disse...

Rosa, a gata lady felinamente fingiu que fugiu, voltará lânguida.

Para lembrança da mais linda lambe-lambe:

"lady bi

a gata lady
bi (née bichana)
fixa-me os olhos
de esmeralda
líquida.

seu pelame
- casco-de-tartaruga -
negro-pelúcia
contra fundo
branco
brilha

e muda
( patas prênseis segurando o ar )
fala-me -
mudez entrecortada
de arrulhos
- plena -
como um discurso
amoroso"

Janaina Fainer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Janaina Fainer disse...

q gatinha fofa
sabia q eu tenho um gatinho conquistador?
bjs e boa semana