Por que tenho dificuldades para “pilotar” imagens e textos do sete graus de separação? Será que preciso atualizar-me com urgência?
E também fico imaginando se o correto não seria ter-me apresentado? Não me lembro se todos fizeram isso. Afinal quem é Rosa Bertoldi? Sei... sou eu: uma mulher sem motivos para esconder-se atrás de um pseudônimo. Gostei da brincadeira e deveria assinar como a segunda, pois Rosa Bertoldi I era minha bisavó austríaca, uma irreverente fora do seu tempo. Sou casada e mãe de dois filhos. Aqui em casa tem um cachorro, um gato e duas gatas. Eles se amam e se odeiam, ao mesmo tempo. Aprecio a obra de Tarsila e a atualidade dos escritos de Oswald de Andrade. Caetano Veloso é meu predileto, pois tal qual um bom vinho está envelhecendo cada vez melhor. Deveria dizer mais sonoro ou mais poético? Como a Janaina disse, eu leio Kerouac, mas leio também qualquer livro que caia em minhas mãos, de Dan Brown ao rabino Nilton Bonder e Padre Beto. Só não li ainda Paulo Coelho.
A senhorita domingo bem podia ter colocado o seu texto de introdução ao meu livro Com Textos, assim vocês poderiam me conhecer melhor. Como ela não fará isso, então vou transcrevê-lo logo abaixo. Descontados os exageros, como uma referência a casa da Eny, tem algo de verdadeiro nele. Campo de concentração? Ela passou perto, pois alguns dos meus antepassados desapareceram em Auschwitz. Nesse local, o verbo desaparecer é um eufemismo para morrer. Mas, deixa isso para lá e vamos à descrição da Janaina sobre o livro e sua autora, eu. Relendo-a descobri porque eu estou aqui. Espírito de aventura, essa é a razão. Não sou louca, quer dizer, pareço normal... mas certa vez vi uma frase de Kierkegaard que sigo a risca: “Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder-se a si mesmo. E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio.” Portanto, Rosa Bertoldi II aventure-se ou suba nos telhados, como quer a senhorita domingo.
Da arte de subir em telhados
Quando recebi por e-mail o convite para fazer a apresentação do livro de crônicas de Rosa Bertoldi, hesitei. Como apresentar alguém que não conheço? Ou melhor: que só conheço através de textos? Como apresentar uma figura enigmática e a quem a vida fez com que escrevesse com um pseudônimo? Aí que responsabilidade.
Refugiada de Guerra? Judia perseguida? Ou dona de casa mãe de sete filhos? Traficante colombiana? Antiga funcionária da Cada da Eny? Aí, aí, aí...
A imaginação vai longe e os textos não respondem e sim geram mais e mais perguntas. Uma escritora nata. Essa é uma certeza. Capaz de passar de um assunto a outro com tranqüilidade e estilo. Diferente dessa pobre atriz que aqui faz às vezes de escritora.
Não só uma escritora nata, mas também uma mulher culturalmente desenvolvida. Uma narcotraficante que ouve Caetano e cria gatos? Não, acho que não.
Uma espiã fugida da guerra que enlouquece o mestre de obras, lê Kerouac e usa Alexandre Herchcovitch? Juro que cheguei a cogitar essa idéia. Mas não, uma mulher nascida em Bauru, esposa, mãe de filhos, profissional multifacetada e artista de corpo e alma. Essa sim é Rosa. E que Rosa!
Brincadeiras a parte, nas crônicas de Rosa Bertoldi há um tanto de anarquia, de tropicalismo, de Caetano, de Zé Celso, de literatura beatnik, de desconforto com o mundo fora da ordem, de vontade de mudar, de doçura, de pós-modernidade, de amante, de hiper-modernidade, de brincadeira saudável e de dureza. Uma mulher difícil de agradar, diriam alguns. Ou uma mulher interessante, diriam tantos outros.
A autora, além de uma incógnita, é uma leitura delicada, deliciosa e altamente divertida.
Rosa Bertoldi comete como poucos, a ousadia de “subir em telhados” expressão referente ao espetáculo de Paulo de Moraes realizado em 2002, e que a meu ver, explica muito bem a postura de certos contestadores frente ao mundo.
Divirtam-se.
Janaina Fainer
3 comentários:
Poxa, então tens um livro publicado e não contou a ninguém?? demorou. Quero ler. Bom ler de vc, saber mais coisas.. da Rosa Bertoldi II, com ou sem passagens pela Eni hehehehehe.
Lindo o texto da Jana.
Agora como vieste parar no meio de jovens blogueiros? Uai, de coração aberto pra boas novas, não é?
Beijos pra vc.
Oi Rosa, olha o momento marqueteiro!!!
BRINCADEIRA.
Tem que falar do livro mesmo porque é bacana.
Beijos
se precisar de companheiros para aventuras, chame-me!
beijos
se cuida!
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