No início da semana li na Revista da Folha uma reportagem sobre os milhonários paulistanos que estão se mudando para os novos edifícios do Complexo Cidade Jardim e do Shopping Villa Lobos, que apesar de valerem bilhões, tem ZERO de atratividade e conseguiram ser menos empolgantes que a Daslu ou o Shopping Iguatemi para as pessoas normais...
Depois de ler o que li, realmente parece ser o que eles queriam.
Meio fútil o fato de eu escrever sobre o assunto, mas fiquei tão impressionado com alguns comentários, que resolvi colocá-los em debate, pois teoricamente as pessoas mais ricas da cidade são as que mais deveriam patrociná-la e torcer para que tudo vá melhor, mas não é o que acontece em São Paulo.
Os novos moradores do edifício estão felicíssimos em vivem num "bunker". A seus pés terão academia de ginástica, compras, restaurantes, delikatessens - duvido que vão ter supermercado - e um batalhão de seguranças armados para protegê-los... Vão poder fazer tudo o que gostam de fazer, sem precisar atravessar a rua ou sentir o odor da podridão do Rio Pinheiros, embora terão de olhar prá isso tudo o tempo todo de suas varandas amplas e ventiladas.
Será que basta? Será que se eu fosse milhonário também me privaria de experiências e situações que com certeza me fizeram ser quem eu sou? Pegar metrô lotado prá fazer compras nos Jardins... ou ir de carro novo no shopping ao extremo da Zona Leste para conseguir preços melhores... A vida não precisa resurmir-se à vida no Clube... É importante ver o mundo ao redor - ou ao menos a cidade - prá que possamos melhorá-lo, tornar-lo mais agradável a nós mesmos. Temos de ver e ouvir coisas diferentes prá sabermos enfrentar desafios... Não entendo bem o que essas pessoas esperam...
A entrevistada que mais me assustou foi a filha de alguém famoso que supostamente é arquiteta e diz estar SUPER contente de poder descer de seu apartamento e cair por um corredor no shopping villa lobos.
Estou enganado ou arquitetos existem para humanizar e transformar simples espaços ou instalações em ambientes agradáveis, funcionais... humanos? O que essa infeliz terá a acrescentar à arquitetura com a vida no "bunker" que vai levar? E vou além... Qual a diferença entre o complexo residencial que ela está morando - uns 10 prédios, pelo que contei ao passar próximo do local - e a verticalização da favela que a prefeitura está fazendo do outro lado do rio, além do tamanho do apartamento? Ela como arquiteta não deveria ser contra todo esse tipo de uniformização urbana? Não deveria buscar soluções novas?
Enfim... é um desabafo somente... Espero que ao menos nós que sabemos escrever ao menos - ainda que mal escrito, como no meu caso - possamos compensar a existência daqueles que acham que podem pagar por tudo.
Saudações a todos...
Um comentário:
querido,
e o pior é q NEM TEM PRAÇA DE ALIMENTAÇAO!!!
Boa viagem, juízo, dvirta-se e se conseguir fazer minhas comprinhas (ai que pessimo) agradeço,
beijos
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