terça-feira, 3 de junho de 2008

Acredite no conhecimento astrológico, curadora.



Ivelize De Agostini abriu uma mostra de artes plásticas no final do ano passado. Sim, ela é tia do candidato a prefeito Rodrigo Agostinho e o assunto é a exposição e não a candidatura. A Ive pediu um tempo aos organizadores. Para ela o ideal seria novembro. Deixou escapar 29 de outubro, dia razoável de acordo com sua astróloga. Os envolvidos no evento, a mãe da Janaina era a curadora, optaram por essa data. Claro, o arrependimento veio depois. Imaginem a quantidade de coisas acontecidas. Horário marcado com o Tuca para montagem: 7 horas da manhã. Distribuídas as telas, cadê o rolo de arame para prendê-las? Foi necessário buscar outro. As etiquetas não vieram porque? O computador do escritório de arte pifou. O técnico chamado diagnosticou a morte do coitado. Com esse atestado de óbito precisaram de outro. Bom, até comprar e instalar, melhor pensar: somente em quinze dias as informações contidas no antigo vão estar no novo. A curadora, decidida a deixar a exposição pronta e acreditando saber tudo, resolveu fazer o material em casa.
Mas, cadê a experiência? Não sei imprimir etiquetas, concluiu. Incumbiu à artista, enquanto escrevia um texto e confeccionava um cartaz. Na galeria, Alessandra colou em papel cartão preto. Ao encaminhar o material ao local da exposição, avisou que iam precisar de luvas para manuseá-lo, pois o cartão manchava, só esqueceu do durex e para grudar o cartaz, fita dupla face, era indispensável. Ossos do ofício ou coisas da vida. A organizadora do evento ao sair percebeu estar sem combustível, com óleo baixo e devido ao calor nem água tinha no radiador. Não calibrou pneus, sentiu isso ao deixar o posto e cair no primeiro buraco. Para quem não sabe, as ruas de Bauru são compostas de asfalto e buracos, mais buracos... Rodrigo! Aparentemente tudo acertado, a Janira foi até a rodoviária para reservar uma passagem descobrindo não ter dinheiro para pagar o estacionamento. Viu ou foi vista pela Vera Junqueira, da Unesp, e ofereceu carona. A colega aceitou e gentilmente deu a moeda para o pagamento, saltando no primeiro quarteirão. O Poupa Tempo era seu destino. Deve ter pensando: carona cara! No mesmo dia, a coitada da curadora, a beira de um ataque de nervos, se submeteu a uma cirurgia necessitando de três dias de repouso. Ela jura nunca mais realizar nada sem consultar uma astróloga e quer matar Pierre Thuillier por começar uma campanha para desacreditar essa ciência. O fato aconteceu no século XVII e o homem deve estar mortinho da silva. Desculpe o da Silva, você não gosta muito do Luís 51. Parece até provocação, não é?
Informações astrológicas são largamente difundidas no ocidente vindas da astronomia dos povos da região conhecida como fértil crescente. Ela se baseia em algumas medidas, posição da Terra, relações trigonométricas entre si, dos corpos celestes e no movimento relativo de dois eixos terrestres: o ascendente e o meio do céu. Os primeiros astrólogos apareceram por volta de 4000 a.C. Como uma doutora em História da Arte esqueceu disso? Pagou caro pela falta de crença. Como foi a recuperação? Vai precisar de mais uma, eu soube. Noticias são como anjo, têm asas. Consulte a especialista ao agendar outras datas, ok? Quem avisa amigo é. A astrologia é a ciência mais antiga e sua origem perde-se em tempos remotos, quando a vida das pessoas estava ligada ao ciclo da natureza. O saber astrológico continua firme, mesmo com a campanha de descrédito movida por Thuillier, pois afirmar a existência de um único modo de produzir conhecimento leva a interpretações contestáveis, do ponto de vista histórico. A Astrologia é uma linguagem particular adaptada ao contexto sociocultural desse momento, mostrando que suas noções e seus esquemas constituem um quadro onde os fatos são percebidos. Além de explicação simbólica e poética dos fenômenos ela está ligada à vida do homem desde sempre. Trata-se de saber popular, acredite nele! A Lua estava fora de curso e Mercúrio retrógrado, o pessoal da exposição queria o que, não é João Bidu?



Um comentário:

Camilla Tebet disse...

Uau Rosa, vc entende mesmo disso hein?? Eu pouco entendo além do que leio no Quiroga, às vezes. Mas tenho aqui comigo a certeza de que pra mim a Lua está fora de curso faz tempo, Marte tá longe e eu com os pés na Terra vivo caindo.
Me interessei, vou ler sobre o assunto.
beijos pra vc.