quinta-feira, 19 de junho de 2008

sábado

a porta abriu. ela entrou.
de inevitável, o beijo tornou-se interminável.
sem fim.
espaço e tempo perdendo-se no calor de duas bocas, fluentes em amor/paixão.
em minutos, corpos unidos, exalando tesão.
dava pra sentir o cheiro a quilômetros.
a porta nem se fecha. a parede vira cama.
cada centrímetro do corpo dela vira um ponto g de desejo.
pacientemente, a boca dele desce ao pescoço.
aos seios perfeitos.
à barriga.
às coxas (deus, obrigado pela saia).
ao sexo.
adeus, paciência. bem-vinda, selvageria.
na trilha sonora, respiração, gemidos, pequenos gritos, xingamentos.
som antigo, autêntico, coisa fina, de vinil.
isso, acredite, não tem no iPod.
falta o ar. falta vergonha. falta mais mãos para tanto desejo.
ela o derruba no chão, a nova cama.
a noite fria do inverno já ficou pra trás.
assim como roupas.
bom senso.
e culpa.
mais beijos.
mais cio.
mais gemidos.
menos distância.
cegos de desejo, ela e ele se tocam.
se encontram.
se conhecem.
se eternizam.
muito prazer: sou você, do lado de cá.
rapidamente, estavam se amando.
em menos tempo ainda, já eram dois animais sujos, exorcizando o prazer.
[nota do autor: também conhecido como o primeiro estágio dos apaixonados.]
nada era dito.
nada era pensado.
nada estava combinado.
nada, além deles, parecia existir.
existir... pra quê?
bastava sentir.

3 comentários:

Anônimo disse...

bom dia!
gosto muito do seu blog!
sou adm. do blog “o fogo anda comigo”(thefirewalkswithme.blogspot.com).
o blog tem como ideal um SARAU AMPLIFICADO onde TODOS divulgam suas ideias e, o principal, poemas.
gostaria de ser um parceiro seu!
me responda no email ofogoandacomigo@yahoo.com.br.
OBRIGADO!

Mariah disse...

como uma pintura abstrata...que vai da sensação diretamente para a ação, sem passar pela razão...

o instinto é animal...animal não pensa...e por isso é que dá certo.

desculpe, mas a inveja é um sentimento humano. hoje, eu senti inveja...muita inveja.

Anônimo disse...

Já te falei, mas preciso escrever o que senti quando li seu texto.....
Me deu falta de ar... E não vou negar que o texto mexe com a imaginação.
Delícia de texto