domingo, 20 de setembro de 2009

Desejo

"Que poder é esse teu, Vejo o que está por dentro dos corpos, e às vezes o que está no interior da terra, vejo o que está por baixo da pele, e às vezes mesmo o que está por baixo das roupas, mas só vejo quando estou em jejum, perco o dom quando muda o quarto da lua, mas volta logo a seguir, quem me dera que o não tivesse, Por quê, Porque o que a pele esconde nunca é bom de ver-se, Mesmo a alma, já viste a alma, Nunca a vi, Será porque não se possa ver, Será."
Memorial do Convento - José Saramago

Queria poder ver dentro. Da cabeça. Do coração. Da alma. Ser meio super herói e ler as palavras que estão tatuadas na carne, nos nervos, neurônios, antes de atingirem o vento. Ser capaz de compreender a linguagem do corpo, de sangue, fluídos e ancestralidade e não pensar, analisar, raciocinar, dissecar cada gesto e palavra dita. As palavras ditas não têm muito valor. Queria ser capaz de voar e fazer a terra girar mais rápido só para saber onde tudo isso vai dar. Para então voar no contrafluxo e corrigir os erros. Dirigir a história. Posicionar protagonistas. Remodelar o cenário.
Pena que querer nem sempre é poder.

2 comentários:

Rosa Bertoldi disse...

Primeiro: o povo tem sempre razão e existe um ditado que diz: Querer é poder!
Segundo: Um olhar atento aos pequenos sinais as vezes resolve esse tipo de drama!
Bjs
Rosa Bertoldi

thiago roque disse...

essa "ignorância" é que torna a vida foda. e bela. beijo.