segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Li em algum lugar que quando o primeiro ornitorrinco (para os distraídos, aquele famoso mamífero que põe ovos) chegou à Europa, trazido da Austrália, a reação foi procurar o autor da farsa. Parecia, evidentemente, tratar-se de uma montagem para enganar ingênuos. O animal, muito invulgar, é inexplicável. Tem mais ou menos o tamanho de um coelho, bico semelhante ao do pato, embora maior e mais largo, cauda igual à do castor e nas patas membranas interdigitais e os machos também possuem, nas patas traseiras, umas garras venenosas. O corpo é coberto de pelos.
Para além desta bizarra combinação de elementos este mamífero, que vive em tocas cujos buracos abrem com o rabo, perto da água, põe ovos, que depois de chocados dão origem a pequenos ornitorrincos. Mamãe os amamenta embora não tenha mamas, o leite escorre por seus pelos e os filhotes lambem-no.
O ornitorrinco é mais que uma metáfora. É a conexão com os ancestrais remotos que se conservou num continente isolado.
Se nós, humanos, nos mantivermos isolados faremos contato com nossos ancestrais?
Evoluimos fisicamente e conquistamos um grande desenvolvimento intelectual. Nos espalhamos pelos diferentes continentes, nos adaptamos aos mais diversos ambientes e desenvolvemos um sistema de crenças e regras sociais. Nos últimos 10 mil anos o homem aprendeu a transformar a natureza, plantar, criar animais e deixou de ser nômade
Como dizer que o mundo nasceu pronto, e não resulta de uma transformação incessante?
Já no século XVI descobriu-se que o universo cresceria e envelheceria cada vez mais, os cometas foram decodificados e as estrelas explodidas (supernovas).
Na sequência veio o uso dos talheres, da escova de dentes mas as doenças ainda dizimavam pela falta de saneamento e péssima qualidade da água.
As mulheres saíram de casa para as fábricas, a imprensa desenvolveu-se, muitos tiveram acesso à leitura e os meios de comunicação ligaram os povos.
Chegamos ao limite? Excesso de informações, informações corrompidas por incapacidade, por uso de fontes ruins ou por maldade mesmo, a Internet... e os políticos ainda têm esperança de controlar a Internet!
Tenho uma amiga, professora no interior, escritora, que fica desesperada cada vez que vê seu texto Solidão, escrito há muitos anos, ser divulgado pela Internet atribuído a Chico Buarque de Holanda. Sente-se honrada e irada. Já não sabemos o que é bom, ruim e péssimo ou, pior ainda, o que é ótimo, excelente, maravilhoso... Eh, vida marvada!


Esqueci de dizer o nome de minha amiga: Fátima Irene Pinto. Se alguém quiser acessar, encontrará poemas, textos e orações belíssimas.

2 comentários:

Janaina Fainer disse...

ai como ele é bonitinho!!!!!!!!!

Rosa Bertoldi disse...

Parabéns!
Somente hoje consegui parar para ler a nossa semana ou a semana do blog!
Rosa II