quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O sentido da vida...

A matéria de capa da revista Superinteressante deste mês é digna de aplauso e deve aguçar a curiosidade dos que com ela se depararem nas bancas. Trata-se de um curioso apanhado de informações sobre o ser humano. Com o título de “A ciência de ser você”, a revista traz uma série de pequenas matérias que tratam da humanidade e do ser humano e sua contribuição no destino do planeta e do próprio “mundo” criado pelo homo sapiens. Muito embora seja por inteiro de grande valia, o texto da revista traz ainda, no finalzinho, uma curiosa matéria com o título “a coisa mais importante da vida”. Nessa parte, faz uma afirmação taxativa e baseada em dados empíricos (ao menos, aparentemente): ter amigos é a grande dádiva e, numa análise ampliada, o verdadeiro significado da existência.

Ao folhear a revista na fila do mercado, pude me sentir um grande privilegiado. Afinal, não precisei contratar uma multidão de jovens para que saíssem pelas ruas, com um questionário sob o braço, perguntando às pessoas sobre o verdadeiro sentido da vida. Não tive que ler um sem número de livros de auto-ajuda do estilo de “Como fazer amigos e influenciar pessoas”. Nem mesmo precisei de terapia. Bastou-me, por uma dádiva do universo, ter ouvido os conselhos que meu pai e seus amigos (sempre) insistiram em me dar.

Não quero parecer piegas ao apontar estes fatos, nem entoar uma ode à amizade, desejando que todos saiam pelas ruas, de mãos dadas, cantando “Amigos para siempre”. A existência é complexa demais para isso e supor que todos possam ser amigos (no mais puro sentido da palavra) é uma insanidade. Gostaria, isto sim, de apontar aos leitores os motivos que, para mim, numa tentativa racional de discurso e encadeamento de idéias, fazem da experiência da amizade a grande comprovação desse curtíssimo e fantástico instante em que nossas consciências estão acesas no universo. Creio fortemente que o ser humano não se compreende sozinho. O olhar do outro é fundamental para que possamos perceber quem somos. Essa necessidade do outro para que possamos nos ver em seus olhos, aliado à consciência da finitude de ambos, faz do amigo uma testemunha transcendental de nossa passagem lúcida por este planeta. Está aí, a meu ver, a essência da transcendência.

É curioso perceber que, por mais que a maioria das pessoas responda que a coisa mais importante da vida é a amizade, não é tão fácil assim encontrar amigos. Eles não batem à nossa porta e, como muitos já disseram, geralmente podem ser contados nos dedos de uma mão (pelo menos no meu caso é assim). Sabemos, é certo, que, quando o assunto é amizade (e acho que em tudo na vida), quantidade não é sinônimo de qualidade. Amigos, como já dito por outros, são “os poucos e bons”.

Muito embora o objetivo da matéria fosse, efetivamente, apontar a amizade como o elemento fundamental da vida, ao terminar a leitura (na verdade, um “passar de olhos”) da revista, veio-me à cuca um pensamento inusitado. Refleti sobre a enorme quantidade de pessoas que eu conheço (conhecidos desde os tempos de criança ou mesmo mais recentes) que, por traços específicos de sua personalidade, simplesmente não possuem amigos no sentido que eu atribuo à palavra. São pessoas incapazes de conseguir enxergar a beleza da amizade entendida como um gesto de coragem. São pessoas que vivem cercadas de colegas, seguidores, fãns, funcionários, chefes, parentes, colaboradores, pagens, mas que, simplesmente, não tem amigos. Não tem a habilidade para ter amigos. Não tem o dom para a amizade. São pessoas que pensam que amigos são aqueles que te ajudam a tirar o “seu” da reta, enquanto, na minha opinião, os amigos são aqueles que te olham e te compreendem, concordando ou não com aquilo que vêem.

Confesso que o sentimento que me veio à tona não foi, por assim dizer, dos mais politicamente corretos. Pois, ao refletir sobre os traços de cada uma dessas pessoas e neles ver os traços deliberados de uma certa mendicância social, parte de mim teve a alma apaziguada ao pronunciar em silêncio um “bem feito”, enquanto os via (em minha mente) exercendo uma atividade que em muito me lembrava o consumo de uma prostituição sem sexo. Foi como se, ao assim proceder, eu defendesse em silêncio esta minha concepção de amizade que exige muito mais do que tapinhas nas costas e rodadas por círculos sociais. A minha amizade dói, mesmo quando é festiva, e faz correr as lágrimas ao perceber o milagre do encontro. Talvez por isso eu tenha me regozijado com a solidão dos covardes.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Intervalo comercial

Para quem ainda não tem programa para essa quinta feira de VMB, aí seguem duas idéias bem diferentes uma da outra e ambas legais:





segunda-feira, 28 de setembro de 2009

MANIFESTO CONTRA ATAQUE DE TUBARÕES

Representantes de várias associações de surfistas profissionais e amadores de Pernambuco realizaram ato, na manhã desta quinta-feira (24), contra os ataques de tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Eles criticam as ações do Governo que acusam de não ter, até o momento, conseguido evitar os ataques de tubarão no Estado.

Os manifestantes colocaram 20 sacos pretos na faixa de areia, nas imediações do edifício Acaiaca, simbolizando cada uma das vítimas fatais de ataque de tubarão no Estado. Eles cobram do Comitê de Monitoramento de Tubarão (Cemit) uma ação que permita aos banhistas e praticantes do esporte entrar no mar com segurança.Um dos surfistas diz que embora sempre tenha morado em Boa Viagem, nunca surfou no local. Por não se sentir seguro na área, ele termina optando por Maracaípe ou outras praias.

VIDEO – surfistas fazem ato contra ataque de tubarão em Boa Viagem
http://www.youtube.com/watch?v=lW1xoF0fkg0

A notícia trágica ou melhor dizendo, gerada por tragédia, tornou-se hilária para mim. Imaginei várias alternativas:

- Sinalização no fundo do mar
“Tubarões GO home!”
“Tubarão, você não é bem vindo em nossa praia”
“Tubarão, esta não é sua praia!”
- Sinalização no mar: surgiria (do nada) um luminoso, uma seta indicando a toca do tubarão.
- Policiais sinalizando:
ONDA DO SURFISTA
ONDA DO TUBARÃO
- Chamar uma empresa dedetizadora
- Instalar um chip em cada tubarão que nascesse. Um radar monitoraria e emitiria ondas sonoras poderosíssimas quando um deles estivesse se aproximando.

Desculpem pelo humor negro e se não viram graça alguma... é comum a gente rir sozinho de uma piada.

domingo, 27 de setembro de 2009

Quanto tempo mesmo?

Não vou mentir, estar em São Paulo é um misto de nostalgia e desconexão. Estranho demais. E por quanto tempo será que vou me sentir turista na cidade onde mais me sinto em casa?
Com saudade da Paulista, fui presenteada com chuva, e um guarda chuva, no único dia em que estaria pelo cruzamento Paulista/Augusta.
Dias de correria. Na busca por encontrar pessoas queridas acabei deixando várias pendências importantes. Saudade de sentar na Augusta para tomar uma cerveja e depois dançar muito no Studio SP. Mas calma que tudo tem seu tempo.
De tudo o que queria fazer, fiz pouco. Um almoço, um jantar, vi e fiquei muito feliz com Quanto dura o amor?, fui ver a exposição de fotos do filme no Paris6 e só... deixei tantas pendências... e outubro já está aí e eu de malas prontas mais uma vez. Será que consigo chegar a tempo do VMB? Tem bandas queridas indicadas a prêmios variados. Gostaria de estar lá para vê-los ganhar. Mas já é nessa quinta!
Na verdade, estou com malas prontas já duas vezes. Cada uma delas para um destino. Será esse meu destino? Ser itinerante? Será que sou bisneta de ciganos? Ai ai ai... aos paulistanos e interessados, a agenda de atividades que precedem e se seguem ao lançamento de Quanto dura o amor?:

Terça-feira - 29/09 - Press Day – HSBC Belas Artes, SP - a partir das 10h30
Terça-feira - 29/09 - Pré-Estreia - SP - evento promovido pelo Reserva Cultural e após a exibição do longa, haverá um debate com o diretor Roberto Moreira - Reserva Cultural - a partir das 21h20



Sexta - 2/10 - estréia do filme em diversas salas (dê uma olhada nos guias)
Sábado - 3/10 - exibição do Making off na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos seguida de debate e brinde - das 16h as 18h
Terça-feira - 6/10 - "Encontros HSBC Belas Artes" - exibição do filme para público seguida de debate com Fernando Meirelles - a partir das 21h

sábado, 26 de setembro de 2009

PRIMAVERANDO

Primaverando faz parte do Projeto Vivaldi desenvolvido durante todos esses por Ju Machado. A palavra primavera refere-se à estação do ano entre o inverno/verão. Ela tem como característica o reflorescimento da flora e da fauna, pois muitos animais aproveitam essa temperatura amena para se acasalarem. As chuvas indicam o princípio da estação terminando somente em março, fechando o verão, como disse Tom Jobim. Para a astronomia a primavera ocorre no equinócio de setembro, momento do ano em que dia e noite possuem a mesma duração: 12 horas, pelo menos até a chegada do horário de verão. O mundo fica mais colorido com rosas, orquídeas, jasmins, girassóis... Lembrei-me de uma frase escrita há muito tempo. Plantar girassóis quando a lua cruzar em libra. É claro, não plantei girassóis. Eu vim para essa casa durante uma primavera, lembrei-me da terra vermelha e do trabalho para transformar o quintal em um jardim. Prometi não escrever mais sobre minha casa. Afinal, despejei nos leitores todos os problemas relacionados à sua construção. Porém, Ju Machado fez um comentário interessante. Sua casa atingiu a adolescência e está bonita. Olhando para ela e para as plantas ao seu redor cheguei à conclusão que ela está primaverando.
Nem tudo aconteceu como o planejado, mas os vasos de gerânios floridos e as redes na varanda voltada para um jardim estão lá. Um local desordenado misturando grama, flores e frutos, onde costumo deitar no chão olhando o céu buscando discos voadores. Você não acredita Thiago Azevedo? Sinto o perfume inebriante das flores da dama da noite procurando adivinhar o que seriam as duas árvores compradas como frutíferas, e que eu acreditava serem plantas nativas, quase mato, como as gabirobas do meu marido. Pasmem, pois ela floreceu e deu frutos, assim de repente. Com formato de goiaba e pequena como jabuticaba de sabor exótico, mas doce feito mel. Como a natureza é pródiga! E qual será seu nome? Goiaticaba? Jabutiaba? Vou ilustrar com fotos dela, assim quem conhecer pode me dizer como chamá-la. Estou guardando as sementes, se brotarem vou distribuir as mudas, aguardem. Posso até levar algumas para a prefeitura, quem sabe ainda consigo mudar o nome das Cerejeiras para Goiaticaba, por que não? Dizem que o prefeito é verde, mas eu sei que ele é PMDB, mesmo adorando a idéia de mudar o nome da Praça. Verde, é minha cor predileta, aliás, verde é a cor da minha memória... lembranças da infância, de férias passadas na fazenda. Daí uma casa mistura de antiga/moderna, pós-moderna, como dizem os entendidos. A frase mais ouvida aqui de pessoas que aparecem pela primeira vez é: nossa minha avó tinha um paneleiro igualzinho a este. Pois é, a minha também.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

um fim de semana para correr para o teatro... antes que acabe!

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

a primavera chegou... e, com ela, meteorologistas afirmam que teremos um final de semana de verão. Que assim seja... (ok, vou trabalhar, mas é bem melhor o calor do que o frio, mesmo ficando dentro de uma redação). No entanto, assim que me liberarem da redação, fujo e procuro um bom evento cultural...

para quem gosta de teatro, não pode perder a oportunidade de assistir ao espetáculo "Agreste", que se despede do espaço Parlapatões neste final de semana. Outra montagem que diz tchau é "Aqui Quase Longe" (na qua. ou qui.), do teatro Coletivo. Entre as que continuam em cartaz, alguns amigos recomendam "Zoológico de Vidro", protagonizada por Cássia Kiss. Em cartaz, pela cidade, "Foi Carmen", "Alma Boa de Setsuan", "Cindi Hip Hop", "Memória da Cana", "Troianas" e outras.

no cinema, não há, ao meu ver, nenhuma estreia bombástica. Estreia, porém, "Vila 21", um filme argentino - sou fã de "películas latinas". Em cartaz, continuam ótimos filmes como "Aquele Querido Mês de Agosto", "Desejo e Perigo", "Enquanto o Sol Não Vem", "Uma Prova de Amor" e "Che 2".

não há também grandes shows... mas acho que vale dar uma passada no Sesc Pompeia para assistir à apresentação de Ricardoo Teté, na terça, e no Studio SP, para ver Lucas Santana, na quinta.

e o melhor da semana passada foi o filme "O Milagre de Santa Luzia". O documentário, dirigido por Sérgio Roelzenblit, reúne uma série de depoimentos de sanfoneiros de várias partes do país. Por meio dos depoimentos, tomamos conhecimento da relação que cada um dos artistas de Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco têm com o instrumento. Emocionante. Vale mencionar ainda o longa "Good Bye Solo", de Ramin Bahrani.

espero encontrá-los por aí...

é isso
até mais
se cuidem!
alan

P.S: e, hoje, sábado, tem festa do grupo de teatro Redimundo (das peças "Vesperais na Janela" e "A Casa", sobre as quais já comentei aqui, no bar do Malandro, que fica ao lado do Studio SP. A entrada é R$ 10, consumíveis).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

abraço

era para ser uma despedida. mas o abraço trouxe uma avalanche de bem-querer.
os corpos se aproximaram. se fundiram. em segundos, eram um. a frieza dele tirou luvas e cachecol, ficou aquecida com o calor dela, que exalava labaredas de "vem viver".
as lágrimas escorriam, mas não apagavam a chama cor amor-perfeito que se formou ao redor. ninguém entrava, ninguém saía.
os braços eram extensões de carinho. se multiplicavam, cresciam, passeavam por todo o corpo, protegiam de um mundo patético que impunha limites à felicidade pura e infantil que percorremos tal qual cachorro à lebre.
a cabeça dele encontrava no ombro dela um travesseiro de repouso com cheiro de lavanda. as cinturas se encaixavam. ela podia sentir o pulsar do coração dele a quilômetros – agora, tão próxima, o barulho ensurdecedor das batidas virava uma bela canção zen.
nos ouvidos, os suspiros de que tudo era eterno – cada abraço provaria isso a eles.
sem palavras, sem ruídos, sem visões: apenas tato.
passaram os segundos, os minutos, as horas, as além-vidas. a noite brindou o encontro derramando estrelas ao fundo, e até a lua surgiu para sorrir.
por um instante, tudo deixou de existir. o big bang de um novo sentimento, de nível cósmico, fez-se explodir silenciosamente. em questão de milésimos, tudo foi destruído e recriado.
e ele e ela ali, imóveis.
tentaram-se se soltar, mas foi em vão. já estavam perdidos um na imensidão do outro, nadando nus em um oceano de possibilidades, dúvidas, medos e questionamentos.
só encontravam uma única certeza: de que não seriam mais os mesmos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conspirações

Elvis não morreu; JFK foi morto pela CIA; Nosso JK foi assassinado pelo militares (o que explica a cratera sob o carro na Dutra); O homem nunca foi à lua; O onze de setembro foi uma armação dos fundamentalistas religiosos americanos em busca de desculpas para arrancar petróleo à força; Ronaldinho (o gordo) foi dopado pela CBF antes da final da Copa de 1998 contra a França; No deserto de nevada nos Estados Unidos se esconde uma base cheia de extra-terrestres; Michael Jackson está em um Emirado próximo ao Bahrein de onde controla e usufrui dos frutos de sua “morte”; Manga com leite mata; A gripe suína é a revitalização do vírus da gripe espanhola produzido em laboratório para retirar os laboratórios do buraco causado pela crise mundial; A tecnologia da invisibilidade existe desde meados da década de 40 (vide Philadelphia experiment); A crise mundial é uma farsa elaborada por banqueiros visando jogar no buraco a elite econômica existente nos Estados Unidos; O Orkut e o Facebook são ferramentas de um plano de controle de fluxos de personalidade e raciocínio em escala mundial; Café, Coca-Cola e Red Bull são bebidas desenvolvidas unicamente para incrementar a produtividade dos seres humanos e estimular o capitalismo ao longo dos últimos dois séculos; O verdadeiro Paul McCartney está morto; Leonardo Da Vinci era um viajante do futuro; Princesa Diana foi morta a mando da Coroa Britânica por carregar em seu ventre o filho de um árabe (o que faria o futuro Rei da Inglaterra ter um meio-irmão muçulmano); As canetas BIC são sondas alienígenas (por isso elas somem); O cálice sagrado é o ventre de Maria Madalena; Existe um acordo secreto entre o governo americano e alienígenas para a troca de tecnologia; Jesus cristo era um ET; A combinação amendoim-Caracu-ovo de codorna pode matar homens cardíacos; Roberto Marinho era pau mandado do grupo Time Life; A IBM financiou o processamento de dados dos nazistas para encontrar os judeus alemães; Lula sempre foi pelego da Volkswagen; O Prozac faz parte de um plano mundial para controle da psique humana; O ET de Varginha está embalsamado no INPE em São José dos Campos; O cristianismo não passa de uma versão elaborada do culto ao deus-sol dos egípcios...

A democracia se resume numa coisa: todos podem falar o que bem entenderem. A internet é a ferramenta que permite que qualquer bobagem escrita tenha alcance mundial.



Durma-se com um barulho desses!!!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sucesso!

Aproveitando o espaço deixado pelo Rogério, que inclusive, está em visita em São Paulo...

Como não poderei ir a festa de lançamento de Quanto dura o amor?, o novo filme de Roberto Moreira, com produção da Coração da Selva... a Sil e Mari me deram a chance de uma cabine ultra privê do filme com champagne e fofocas e mil e um comentários.
Abaixo, o trailer do longa que estréia nacionalmente na próxima sexta feira, 2 de outubro e que deve ser visto.



E a matéria bem legal da Rolling Stone sobre o filme e do blog Câmera Escura

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Só deveria publicar um texto, hoje, mas encontrei esta foto... na tarde chuvosa ela disse muito. Eu não poderia abandoná-la lá no Blog do Renato Cardoso, trouxe-a para vocês


No blog Te Dou um Dado li : Cláudia (Ohana) diz que prefere ser um lobisomem em vez de uma vampira ou anã de jardim, até porque já viveu...

Anão de jardim deve ser chato... ficar lá, paradão...

Um moço que conheço, muito valente, fortão, inteligente e simpático, numa roda de conversa acabou confessando que só tem medo de uma coisa: anão. Não há bicho que o assuste, violência que o intimide, força que o atemorize mas anão...

Até porque o fato de serem mais baixos parece nos conceder super poderes, a idéia daquele fortão sentindo-se trêmulo ante uma pessoa portadora de nanismo era ridícula.

A pergunta veio naturalmente: medo por quê? Ele acabou contando que era um meninão de uns 10 anos, numa tarde de muita chuva vinha correndo pela calçada quando um portador de nanismo tentava abrir o guardachuva sob o beiral de uma casa. Ao erguer o dito cujo, enfiou a haste e varetas em suas pernas sem querer, obviamente. O tombo vergonhoso (segundo o menino de 10 anos) o expôs ao ridículo. Como era o fortão da escola e um dos fracotes presenciou a cena, este se encarregou de divulgar a notícia, que correu rapidamente e ele foi destronado, não era mais o valentão da escola, afinal quem tem medo de alguém que já foi derrubado por um anão? Coisas de moleques que marcaram sua vida.

Freqüentador de academia, dono de bíceps, tríceps e quadríceps fantásticos treme ao deparar com o ser mais doce e simpático do mundo se este for um anão.

Diz, sem constrangimento: os anões são muito fortes e espertos, eles me derrubam!

Ninguém tocou no assunto anões do orçamento mas pensaram que é verdade, anões são muito espertos, agem na clandestinidade e nos derrubam...

domingo, 20 de setembro de 2009

Desejo

"Que poder é esse teu, Vejo o que está por dentro dos corpos, e às vezes o que está no interior da terra, vejo o que está por baixo da pele, e às vezes mesmo o que está por baixo das roupas, mas só vejo quando estou em jejum, perco o dom quando muda o quarto da lua, mas volta logo a seguir, quem me dera que o não tivesse, Por quê, Porque o que a pele esconde nunca é bom de ver-se, Mesmo a alma, já viste a alma, Nunca a vi, Será porque não se possa ver, Será."
Memorial do Convento - José Saramago

Queria poder ver dentro. Da cabeça. Do coração. Da alma. Ser meio super herói e ler as palavras que estão tatuadas na carne, nos nervos, neurônios, antes de atingirem o vento. Ser capaz de compreender a linguagem do corpo, de sangue, fluídos e ancestralidade e não pensar, analisar, raciocinar, dissecar cada gesto e palavra dita. As palavras ditas não têm muito valor. Queria ser capaz de voar e fazer a terra girar mais rápido só para saber onde tudo isso vai dar. Para então voar no contrafluxo e corrigir os erros. Dirigir a história. Posicionar protagonistas. Remodelar o cenário.
Pena que querer nem sempre é poder.

sábado, 19 de setembro de 2009

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...
se você é esportista ou atleta, o final de semana na capital reserva ótimas sugestões para a prática de esportes ao ar livre. Afinal de contas, vários pontos da cidade estarão, vamos dizer, "fechados" para a realização de mais uma Virada Cultural Esportiva. Se você é sedentário, fica complicado afirmar que o seu sedentarismo é culpa da distância em relação ao parque mais próximo de casa.
assim, entre um passeio ciclístico e uma partida de basquete, se quiser "descansar" no cinema ou no teatro, opções, como sempre, não faltam na cidade de São Paulo.
no teatro, a grande estreia do fim de semana é a peça "Maria Stuart", protagonizada por Julia Lemmertz. Em cartaz no teatro do Sesc Consolação (R$ 20, a inteira), a peça fica em cartaz até 20/10. Vale lembrar que a montagem foi bastante elogiada no Festival de Curitiba e ao longo de sua temporada no Rio de Janeiro. Devo assisti-la amanhã.
entre outras peças em cartaz, vale destacar "Medeia - A Mulher-Fera" (Galpão dos FOlias), "Contos de Lua no Chão" (será encenada gratuitamente no largo Santa Cecília hoje e amanhã, às 19h), "Ensaio sobre Carolina" (qua. e qui., no CCSP) e "Foi Carmen (ter., às 21h, no Sesc Consolação).
no cinema, a principal estreia é a segunda parte da filmografia do Che Guevara, "Che 2", protagonizada por Benicio Del Toro. Outra estreia bacana é "Good Bye Solo", que foi premiado no Festival de Veneza do ano passado. Se você é fã da Katherine Heigl, a Izzy, de "Grey's Anatomy" (a sexta temporada estreia no final do mês nos EUA), vale assistir ao filme "A Verdade Nua e Crua".
outros filmes em cartaz: "Uma Canção de Amor", "Confissões de uma Garota de Porgrama", "Desejo e Perigo", "O Milagre de Santa Luzia" (mais barato, às 18h, no Cine Bombril) e "Tempos de Paz".
e o melhor da semana passada foi o filme "Almoço em Agosto". O filme italiano mostra as vontades das "nonas" de uma forma simples e engraçada.
é isso!
espero encontrá-lo(a) nesses passeios culturais (e esportivos)
até mais
se cuidem!
alan

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

5770 - por um ano de renovação

O calendário israelita é baseado nos ciclos lunares, mas ajusta-se pelo solar e a diferença de 11 dias entre um e outro é acrescida no Adar Sheni, embora o primeiro mês do calendário israelita seja Nissan, quando se comemora Pessach. Entretanto o ano novo acontece em Tishrei, meados de setembro, no calendário gregoriano. Puxa que confusão, hein?
Trata-se de do período conhecido como das grandes festas. Porém, o ano novo é um momento para reflexão. Inicia-se o julgamento de cada ser humano na data em que se celebra o nascimento do primeiro homem, no sexto dia da criação do mundo. 18 de setembro a véspera do grande feriado de 48 horas: 19 e 20 de setembro. Dez dias depois, em 28, quando o sol se põe começa o feriado do Yom Kipur. Esses dias são de interrupção para o arrependimento dos pecados cometidos contra os outros. Uma parte, dessas horas, é passada na sinagoga em orações, enquanto o livro da vida permanece aberto. Daí a expressão Shaná Tová/ por um ano bom e que você seja inscrito e selado no livro.
O Talmud traz uma lista de alimentos sagrados para serem consumidos nesses dias:
Alho-poró (ou repolho) para que nossos inimigos sejam cortados;
Beterrabas e tâmaras para que eles sejam REMOVIDOS, se acabem;
Abóboras para que nossos méritos sejam proclamados perante D’us e
Romãs para que essas qualidades aumentem como as sementes dessa fruta. Simples, assim! Meu desejo é que haja prosperidade material e espiritual para todos os amigos, e por que não para os que se acreditam inimigos... nesse ano de 5770.
SHANÁ TOVÁ!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

horas

no relógio, eram exatas duas horas, vinte e três minutos, trinta e sete segundos...
trinta e oito...
trinta e nove...
quarenta...
ela não conseguia dormir. como fechar os olhos a algo tão belo que estava para chegar?
não se permitia perder nenhum momento das emoções preliminares... tudo pela explosão sentimental já anunciada, a promessa de um abalo sísmico de bem-querer, um motivo para a vida valer a pena.
cinqüenta e sete...
cinqüenta e oito...
cinqüenta e nove...
bem, iria enlouquecer assim. precisava deixar o tempo passar, esquecê-lo feito uma lembrança amarga da infância. não sabia como – mas tinha até às 6h30 para descobrir.
tentou se acalmar. percebeu que, mais uma vez, estava com aquele tique insuportável de bater os pés a todo instante, impaciente, chorona, mimada. se viva, a mãe lhe passaria um sermão, daqueles isso não é coisa de menina, blábláblá.
um sorriso ganha o rosto. inacreditável que, quando se sabe que algo bom irá acontecer no futuro (mesmo aquele próximo, a apenas horas de distância), tudo parece ficar mais cor-de-rosa e algodão doce.
pensou em desenhar – sim, desenhava muito bem. na verdade, descobriu na faculdade que já era uma artista abstrata, com influências pós-modernistas, desde os cinco anos, quando misturou as cores da aquarela e pintou o que sua limitada tia do maternal chamou de “quadro”. bonito, né? é um quadro, né? olha, ela pintou um quadro, um lindo quadro...
quadro o caralho, tia! é uma porra de desenho abstrato!!!
a gargalhada vem fácil, e demora para ir embora... e pensar que deixou de comer cachorro-quente aquela noite por causa disso.
sentiu fome. colocou um agasalho velho, a calça surrada da semana, desceu as escadas, caminhou adentro de uma noite morna, de brisa provocante, para a barraquinha da avenida, que sempre espera os estudantes das baladas.
um cachorro-quente... há quanto tempo! como assim, uma ou duas salsichas? põe umas trinta, porra! divertia-se com os próprios pensamentos – e pensar que já teve medo deles um dia.
um, não... vários. quantas vezes deixou de se amar, quantas vezes tudo ficou escuro, quantas vezes olharam para ela na rua, apontado-a como uma aberração da natureza, só por não entender por que uma pessoa solitária, sem pais, sem amigos, sem namorado e sem seu peixinho dourado deveria viver en um mundo de sorrisos e corações previamente aquecidos por uma lenha feita de paixão vermelha e robusta?
muitas... muitas vezes.
com certeza, foram mais vezes do que podem 24 horas suportar.
horas...
caralho!
dia querendo clarear! cadê o maldito relógio? será que são 6h30... não!
corre, corre, corre... sobe escadas, sobe escadas, sobe escadas... abre porta, fecha porta...
espia na cozinha, o relógio marca digitalmente seis horas, 29 minutos, cinqüenta e cinco segundos.
aos cinqüenta e seis, a ansiedade aumenta...
aos cinqüenta e sete, o coração aperta...
aos cinqüenta e oito, não ouve, não vê mais nada...
aos cinqüenta e nove, fica paralisada.
6h30. acontece.
lentamente, entra no quarto, passa debaixo do lençol fresquinho, misto de cheiro de amaciante e perfume, e vai até ele. Um beijo na testa o faz acordar.
- 6h30, amor.
ele responde com um sorriso, os olhos semi-cerrados e um bocejo (alguém já reparou como um bocejo pode ser lindo?). senta na cama, coça a cabeça e se levanta. vai até o lado dela da cama, devolve o beijo – que, quando toca a testa, parece ser a senha para que todo aquele sentimento fervente feito lava (e adormecido durante os cincos segundos regressivos) aqueça o corpo, acomode o coração, leve a alma ao orgasmo (talvez múltiplos, por que não?).
ele segue para o banho.
ela encosta a cabeça no travesseiro, sorri mais uma vez, e dorme.
valeu cada segundo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ufa! Deu tempo!

Queridos, prezados, digníssimos e demais desconhecidos…

Venho pelo presente pedir desculpas (às 23:37 de quarta-feira, ou seja, aos 44 min. do segundo tempo) por minha ausência neste dia. Não que eu imagine que todos tenham morrido de saudades. Ocorre que a pior sensação para alguém que se julga onipotente (como eu quando esqueço minha fluoxetina) é a de não honrar os compromissos que intensa e deliciosamente aceitou (como o de aqui estar falando umas palavras às quartas-feiras).


Juro que tive, dessa vez, um bilhão de idéias que poderiam ter virado textos. Mas tenho esse problema. Às vezes acredito que ter idéias é o suficiente, esquecendo de concretizá-las. Com o tempo vou perceber que idéias não mudam o mundo e que quem não é visto não é lembrado (como me ensinou meu amigão Amaury Jr.).

Beijos e abraços a todos.
Thiago.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quartett

Desde domingo o barulho na região da Faria Lima em São Paulo, não era causado por Christian Louboutin e sim pela dupla Robert Wilson e Isabelle Huppert.
Segue a crítica de Inácio Araújo com imagens.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Li em algum lugar que quando o primeiro ornitorrinco (para os distraídos, aquele famoso mamífero que põe ovos) chegou à Europa, trazido da Austrália, a reação foi procurar o autor da farsa. Parecia, evidentemente, tratar-se de uma montagem para enganar ingênuos. O animal, muito invulgar, é inexplicável. Tem mais ou menos o tamanho de um coelho, bico semelhante ao do pato, embora maior e mais largo, cauda igual à do castor e nas patas membranas interdigitais e os machos também possuem, nas patas traseiras, umas garras venenosas. O corpo é coberto de pelos.
Para além desta bizarra combinação de elementos este mamífero, que vive em tocas cujos buracos abrem com o rabo, perto da água, põe ovos, que depois de chocados dão origem a pequenos ornitorrincos. Mamãe os amamenta embora não tenha mamas, o leite escorre por seus pelos e os filhotes lambem-no.
O ornitorrinco é mais que uma metáfora. É a conexão com os ancestrais remotos que se conservou num continente isolado.
Se nós, humanos, nos mantivermos isolados faremos contato com nossos ancestrais?
Evoluimos fisicamente e conquistamos um grande desenvolvimento intelectual. Nos espalhamos pelos diferentes continentes, nos adaptamos aos mais diversos ambientes e desenvolvemos um sistema de crenças e regras sociais. Nos últimos 10 mil anos o homem aprendeu a transformar a natureza, plantar, criar animais e deixou de ser nômade
Como dizer que o mundo nasceu pronto, e não resulta de uma transformação incessante?
Já no século XVI descobriu-se que o universo cresceria e envelheceria cada vez mais, os cometas foram decodificados e as estrelas explodidas (supernovas).
Na sequência veio o uso dos talheres, da escova de dentes mas as doenças ainda dizimavam pela falta de saneamento e péssima qualidade da água.
As mulheres saíram de casa para as fábricas, a imprensa desenvolveu-se, muitos tiveram acesso à leitura e os meios de comunicação ligaram os povos.
Chegamos ao limite? Excesso de informações, informações corrompidas por incapacidade, por uso de fontes ruins ou por maldade mesmo, a Internet... e os políticos ainda têm esperança de controlar a Internet!
Tenho uma amiga, professora no interior, escritora, que fica desesperada cada vez que vê seu texto Solidão, escrito há muitos anos, ser divulgado pela Internet atribuído a Chico Buarque de Holanda. Sente-se honrada e irada. Já não sabemos o que é bom, ruim e péssimo ou, pior ainda, o que é ótimo, excelente, maravilhoso... Eh, vida marvada!


Esqueci de dizer o nome de minha amiga: Fátima Irene Pinto. Se alguém quiser acessar, encontrará poemas, textos e orações belíssimas.

domingo, 13 de setembro de 2009

Momento Roberto Carlos

Quem nunca viveu um desses momentos inexplicáveis não sabe o que é. Eles são deliciosos e surreais. Eu os chamo de momentos bolha. Quando tudo a volta parece não importar a não ser aquela ação daquela pessoa em relação a você. Ah, que delícia. Mesmo que seja uma ação louca, insana, incompreensível. Uma conversa torta. Uma brincadeira boba em meio a multidão, uma pisada no pé que rende um abraço. Um abraço, um abraço, um abraço... Delícia. São essas pequenas surpresas que a vida nos oferta e que faz com que nos sintamos como bailarinos. Dançando em plumas. Sem nenhuma razão de ser. Essa foi uma semana de emoções. Eu sei que sou boba. Sou mesmo. Mas nesse exato momento sou uma boba bastante feliz.

sábado, 12 de setembro de 2009

Um camaleão tropical superbacana...

Dia desses, em um evento, o rei Roberto Carlos foi citado em discurso durante o Desenvolve Bauru. Pensei anos atrás... Lembrei-me da composição Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, uma música do Roberto e Erasmo dedicada ao Caetano Veloso, nas coisas vindo sempre aos turbilhões, no fato de não ser a única fã incondicional do cantor. A noticia se espalhou e eu ganhei uma antiga revista Vogue onde Olivetto falou do seu ídolo Caetano Veloso.
O poeta baiano, que não faz poesia. A palavra encerra grandeza, então procura evitá-la, porém, Caetano aplica o ato de poetar – não tão secretamente - em suas composições.
Pertence a uma juventude colorida, de túnicas, sandálias e cabelos compridos para ambos os sexos, a geração flower power, cantando música popular como quem toma partido, na verdade a gente se posicionava e acabava na cadeia. A partir dessa postura irreverente a cultura do Brasil foi delineada. A geração, cujo centro de atenção foi o Tropicalismo, um movimento que não dá para ser definido. Pode ser uma retomada dos ideais modernistas ou talvez, um novo olhar sobre a Antropofagia, sobre Oswald de Andrade, o homem do Paul Brasil. A juventude falava em bloco, Caetano de si mesmo transformando a relação com a poesia num roteiro de sua vida pessoal.
Uma autobiográfica com as relações familiares, a ditadura, o exílio em Londres, filmes e leituras decisivas, bossa nova, João Gilberto, samba, Maria Bethânia, Gal, cinema novo e Cinema Falado, os festivais, Zé Celso, Allen Ginsberg, Beatles, os Mutantes... ah, têm as fotografias da Terra. Coisa linda! Atire a primeira pedra quem não viveu e sofreu essa influência. Pop e rock, os meios de expressão perfeitos devido ao efeito libertador sobre a mente. Contracultura no mundo, contraditadura, no Brasil. Era proibido proibir, não era Caetano? Por isso você acabou sem lenço e sem documento em London, London. Por isso Roberto e Erasmo escreveram os famosos versos: “As luzes e o colorido/que você vê agora/nas ruas por onde anda/na casa onde mora/você olha tudo e nada/lhe faz ficar contente/você só deseja agora/voltar pra sua gente.”
Há duas maneiras de se desconhecer um autor: uma é ignorando sua lógica profunda, a outra, a potência e o seu gênio, de onde ele retira a eficácia anticonformista. Isto se refere ao trabalho de Caetano, mas poderia ser aplicado ao momento político vivido pelo país. Preciso explicar? Não!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim...

sobreviveram ao dilúvio que caiu em São Paulo na última terça-feira? Ficaram presos horas e horas no trânsito? Entre secos e molhados, nesses momentos, temos razão em odiar São Paulo. Ainda bem que há muitos outros motivos para amar a cidade, sobretudo quando o assunto é cultura...

para quem quiser conhecer novos talentos da música popular brasileira, a semana paulistana reserva um excelente cardápio solar, vamos assim dizer. No domingo, Fabiana Cozza, que nem pode ser considerada uma revelação - mas, sim, uma realidade -, faz show no Centro Cultural São Paulo - na apresentação, a cantora presta uma homenagem a Ataulfo Alves. Outra novidade é Blubell, que faz show do Tapas Club, na quarta - eu fui ao show da moça há alguns meses no Studio SP e posso garantir que é sensacional, sobretudo para quem gosta de jazz (mas ela não é cantora de jazz, aviso!). Na terça, outra "nova" voz: Marcela Bellas toca no projeto Cedo e Sentado (o melhor projeto musical de SP) do Studio SP.

na área teatral, vale ficar de olho em "Safo", texto de Ivam Cabral, que estreia a quinta no Satyros. Outros destaques são "Comunicação a uma Academia" (no Club Noir, sábado e domingo), "Memória da Cana" (Esp. dos Fofos), "Foi Carmen" (Sesc Consolação) e "Teatro para Pássaros" (Funarte).

se quiser chorar no cinema, segundo um amigo meu, vale assistir ao filme "Uma Prova de Amor", que estreou hoje. Outros filmes em cartaz em destaque são "Almoço em Agosto", "Aquele Querido Mês de Agosto", "Desejo e Perigo", "O Milagre de Santa Luzia", "Tempos de Paz" e "Uma Canção de Amor". Devo assistir a dois ou a três neste final de semana...

no domingo, a dica é dar uma passada no bonito prédio da Pinacoteca para ver a exposição de Matisse.

e o melhor da semana que se passou foi o show da cantora baiana Marcia Castro. A moça, que tem um "quê de Alcione", surpreende pela voz e pela postura no palco. E, em seu som, vale quase tudo: samba, sofrimento, rock, baladas... Grata surpresa! E vale ainda mencionar a simplicidade geniosa da peça "Aqui Quase Longe", que está em cartaz no teatro Fábrica, às quartas e quintas.

é isso! O final de semana chegou, e a outra semana já dobra a esquina... bora sair? Espero encontrá-lo(a) por aí...

é isso
até mais
se cuida!
alan

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Salve Plebe Rude

E o primeiro DVD da Plebe Rude será gravado neste sábado na Ermida Dom Bosco em Brasília, como não podia deixar de ser.
Aos super dispostos, vale a viagem. Eu, infelizmente, vou ter que esperar o DVD ficar pronto...



Mais informações no blog do André X

"A Secretaria de Transportes do DF aprovou onibus especial para o evento da gravação do DVD da Plebe Rude. Ônibus sairão da Rodoviaria do Plano Piloto a cada meia hora das 14 horas a 22 horas... (tarifa preço de onibus normal do plano piloto)."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Chorume, intestino e cheiro de lavanda.

Chega a ser bastante interessante a percepção do blackout mental que me assola de vez em quando. Começa com uma espécie de angústia, um mal estar em saber que se deve emitir determinada opinião (qualquer que seja, de minha total e livre escolha) em determinado momento e que, por mais que se esforce, não se consiga pensar em nada de interesse para compartilhar com os demais.

Esta fase de aparente desinteresse por minhas próprias idéias é algo cíclico. Vai e volta e num período aparentemente fixo de tempo. O blackout se manifesta de dois em dois meses mais ou menos e, nesses espaços de tempo, todo o esforço se dá para encontrar um tema que se mostre digno de um comentário. Às vezes o tema é interessante para mim, mas acabo por perceber que não teria o mesmo interesse para os leitores. Às vezes até encontro determinado assunto que tem “boa saída no mercado”, mas sobre o qual não tenho interesse, vontade e/ou conhecimento para emitir qualquer barulhinho que seja.

Nesse exercício de busca pelo interesse por minhas idéias, acabo por dar enormes passeios por minha cabeça. A caminhada, muitas vezes desprovida de paisagens interessantes, se mostra de vez em quando bastante recompensadora e reconfortante. Não sempre. Mas já ajuda.

O ultimo resultado da afasia temporária cíclica (pronto! Inventei um nome pra minha preguiça mental com cara de doença mal du siècle) que me assola foi a constatação da imensa distância entre a infinidade de absurdos que passam por minha cabeça (vou usar a primeira pessoa do singular porque não sei se isso só acontece comigo, embora imagine que não) e aquilo que me atrevo a enfeitar, encadear num linha aparentemente racional, e dispor numa folha virtual de papel, para depois ser disponibilizada aos leitores. Houve tempos em que acreditava sinceramente que, ao escrever, eu estivesse realizando uma autópsia pública em mim mesmo, mostrando para todos meus nacos mais vermelhos de carne e admirando as voltas de meu intestino. Bobagem. Ao escrever mentimos. Se sou agressivos, pode ser para não mostrar minha fragilidade. Se falo de política, pode ser pra tirar a vizinha da minha cabeça. E por aí vai.

Tenho certa inveja e admiração por quem consegue ter um diário (e não mentir para o próprio diário). Enquanto eu pensava nas coisas que poderiam ser colocadas aqui, neste texto, que não me mandassem para a cadeia ou para o manicômio, comecei a pensar numa infinidade de coisas (muita coisa mesmo) que me brotam na cuca inúmeras vezes ao dia e que, quando muito, me servem de substrato para elaboração de um texto, bonito, irônico, alegrinho até, com uma boa e lúcida concatenação de idéias e até dotado de certo ritmo. Peso o lixão de meu subconsciente, mando pra dentro de meu estômago, digiro um pouco, e daí extraio algo que me convença a mim mesmo de que dali posso extrair leite de rosas ao invés de chorume. Faço uma falsa terapia escrita. Uma mentira deslavada de onde retiro algum fio de lógica que me sirva de guia e me mantenha intacta a dignidade e a identidade.

Tem coisas que só se escreve mesmo com pseudônimos. É por isso que, ainda muito longe de ser poeta, acho que somos fingidores. Do abrir dos olhos até a noite, um segundo antes de dormir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eu reclamo o direito de ser infeliz

Aproveitando o espaço, estou publicando uma coluna do nosso colega Thiago Azevedo que saiu no Jornal da Cidade em 06/09/2009

"Dias atrás, tive, pela primeira vez em minha vida, a sincera sensação de envelhecer e sentir medo do futuro que desponta diante de nossos olhos. Essa espécie de velhice antecipada se mostrou para mim fazendo-me sentir pavor do destino da própria humanidade. A matéria de capa de uma revista de circulação nacional gelou-me a espinha e o conteúdo da reportagem me fez ter certeza de que, muitas vezes, a razão pode produzir monstros.
O texto previa um futuro em que a tecnologia estaria em todos os lugares de nossa vida, nas roupas, tênis, nas embalagens dos produtos dentro da geladeira. Estaria em nossos órgãos, em nosso fígado biônico comprado a prestações e capaz de não sintetizar determinada substâncias conforme orientado pelo médico; estaria em nosso olho scanner marca Carl Zeiss que, além de ver, tiraria fotos, filmaria e viria com Photoshop. Enfim, estaria em absolutamente tudo. Todos estes aparelhos seriam inteligentes e capazes de níveis simples de comunicação e raciocínio.
Como as máquinas teriam, além da inteligência, capacidade de comunicação numa rede de informações, todos os nossos dados, de pressão sanguínea, batimentos cardíacos e posicionamento em latitude/longitude no globo terrestre, tudo poderia ser monitorado por esta “matrix light”. Assim, reduziríamos o acaso e o imponderável a níveis nunca dantes imaginados e, portanto, não humanos (de acordo com minha idéia de humanidade). Estaríamos controlados, selecionados e catalogados. O autor do artigo, por mais bizarro que isso possa parecer, aprovava e incentiva a nova tecnologia, talvez por desconhecer suas conseqüências.
Lembrei-me do penúltimo capítulo de “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, em que há o diálogo entre John, o selvagem, e o chefe, Mustafá Mond. Nesta passagem, o selvagem, após ouvir as inúmeras qualidades e vantagens do mundo perfeito, criado para os homens, e ver como o controle descaracterizou a humanidade afirma: “Eu reclamo o direito de ser infeliz!!!”.Pergunto: Haveria ou persistiria a condição humana se fossemos desprovidos do sofrimento? Se estivéssemos totalmente protegidos, controlados e tutelados por uma superestrutura que nos impedisse de desobedecer e, conseqüentemente, de sofrer e de existir. Haveria o homem, o Don Quixote, o Hamlet ou o Santo Cristo de Renato Russo? Os grandes pensadores como Brecht, Becket, Tennessee Williams ou Freud? Se me é facultado dividir uma impressão, é a de que duas coisas definem o humano: a dor e a incompletude. A dor é a conseqüência inevitável de nossa finitude, de nossa não-onisciência e da relação do homem com o imponderável. Somos humanos porque não somos super-homens. A tentativa do controle não nos retira a angústia, apenas cria mais opressão, pois os homens perderão sua sensação de liberdade, nada mais."

O autor, Thiago Azevedo Guilherme, é advogado e mestrando em direito pela ITE-Bauru, escreve às quartas feiras no blog www.setegrausdeseparacao.blogspot.com

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

DIA DA PÁTRIA

Se temos os jornais, noticiários e páginas da WEB, filmes e livros de terror para quê?
O dia-a-dia consegue deixar-nos doentes, assustados, temerosos, em pânico, aterrorizados, com poucas palavras. E sobre cada assunto não se fala pouco... fala-se muito: ataques a favelas e favelados que atacam, assaltos, estupros, roubo, bandalheiras, grupos econômicos “et caterva”...
Além disso há a infinidade de regras a seguir para ter vida saudável: não consumir açúcar, comer pouco, não ingerir gorduras, não deglutir frituras, não tomar refrigerantes, tomar dois litros de água, fazer caminhada, manter o stress sob controle, comer quatro frutas diferentes por dia, etc, etc e etc, tomar cuidado com H1N1, com a hepatite C, vírus, bactérias, correção postural, fazer alongamentos, queimar catorias e ainda queremos manter-nos atualizados lendo os livros lançados, conhecendo a filmografia deste ou daquele diretor, fazer sucesso na carreira e ser feliz, ah, como é importante ser feliz!

Vivemos na sociedade do descartável, da mesma forma como encontramos, perdemos: amores temporários, filhos do marido, ex esposa, ex marido, ex sogra, religião que já era, e o que vivemos hoje é uma enorme, insuplantável angústia produzida pelo excesso de informação.
O problema não é inédito. Quem investigar o século 16 descobrirá, que foi a época da história moderna mais parecida com a contemporânea. Na verdade, o século 16 é a base dos tempos modernos.
A "globalização" começou no século 16, quando os portugueses fizeram o costeamento da África, corrigiram o conhecimento clássico (especialmente de Aristóteles e Ptolomeu) e estabeleceram uma conexão global, inédita na história da civilização. Em 1543, os portugueses desembarcaram no Japão, introduziram armas de fogo, alteraram o poder político, mudaram a capital para Kioto e abriram, com pólvora e astúcia, o comércio japonês para Portugal. Vários historiadores consideram que, desta forma, Portugal teria preparado o Japão para o que este país é hoje.
A globalização iniciada em Portugal deu base observacional para o que chamamos de "revolução científica" do século 17 – as bases teóricas construídas por Francis Bacon, na Inglaterra, e René Descartes, na França.
O português D. João de Castro, antecipou-se a Newton na defesa dos antípodas, populações vivendo em hemisférios opostos da Terra, como brasileiros e japoneses. Pedro Nunes, cosmógrafo, foi o maior responsável pelo desenvolvimento da navegação estelar em Portugal, Garcia de Orta, experimentador inédito demonstra que as navegações portuguesas, além da conexão física do mundo, estabeleceram uma rede de interação cultural de profunda dimensão antropológica.
Pouca gente se pergunta sobre o significado de os portugueses andarem atrás de especiarias no século 16: noz moscada, pimenta, cravo e canela, entre outros, produtos hoje praticamente sem valor comercial. A questão por trás disso é que o século 16 foi um período revolucionário. Os padrões alimentares estavam em transformação, daí a demanda por temperos e conservantes. Os costumes mudavam rapidamente, por razões que foram da difusão do vidro (e dos óculos para leitura) à posse doméstica da Bíblia (que estimulou o cisma ocidental da igreja cristã), passando pelo destronamento da Terra do centro do sistema solar, obra de Nicolau Copérnico.
Há uma fascinante relação entre as épocas históricas e os modelos cosmológicos, tema que entre nós está para ser devidamente tratado, sobretudo pela mídia. E é preciso dizer que a posse da Bíblia resultou da difusão, no Ocidente, dos tipos móveis de Gutenberg (tipos móveis de madeira já existiam na China e na Coréia) e esta é a base tecnológica mais sólida para a imprensa.
Também no século 16 as pessoas estavam desorientadas. Se a Terra não era mais o centro do sistema solar, nem o centro do universo, como demonstrou em seguida Galileu, e, além disso, tinha movimento, o que continuava sendo verdade?
No Brasil do século XXI nos perguntamos: de tudo o que sabemos, o que é verdade? A incapacidade de encontrar resposta nos angustia ainda mais. Por que a Vanusa cantou daquele jeito, por que a Vanusa, por que Palocci, por que Dilma, por que Marina....?
Feliz dia da Pátria!



PS- ... e procurando uma ilustração para este texto, não é que descubro que em Açores existe uma cidade chamada Angústias? Ah, esses portugueses sabem das coisas.

domingo, 6 de setembro de 2009

"O que devemos lembrar a todo instante é que, quando não nos sentimos satisfeitos, estamos, por definição, sendo desonestos."
Nilton Bonder

"O direito de alguém é amar e deixar de amar"
Grégoire Bouillier - em resposta ao projeto




Muito já se falou sobre Sophie Calle e sua Cuide de você e eu só consegui chegar lá esta semana que passou. Uma pena. Queria ter visto a exposição mais vezes. Já imaginava que iria gostar porque adorei a proposta: uma exposição criada como resposta a um email de rompimento. E quando digo resposta não é resposta resposta, é a resposta que a própria Sophie precisava. O que pensar do email? O que entender daquele conjunto de letrinhas que juntas eram um hasta la vista, baby bem deselegante. Na tentativa de metabolizar o vivido, Sophie reuniu 104 mulheres, 2 marionetes e 1 papagaia e pediu para que cada uma aplicasse ao email um crivo analítico a partir de sua especialidade. Ah, também há o bloco das interpretações/versões, vivências, performaticas...
Resumindo, é uma loucura. Se eu achava que eu sou um ser humano um pouco exposta demais com as minhas emoções e pessoalidades, Sophie escancara o peito e transforma dor, perda, desilusão, vazio em poema. É impressionante, lindo, doído, faz bem a alma, mal ao coração, dá saudade e nos faz ver como nós mulheres somos loucas e bobas e infantis e inocentes e estamos sempre em busca do amor. E claro que sim, há nas paredes uma vingança bem pouco óbvia e quase amoral. É uma delícia.

* As imagens são a carta do Sr. X enviada e parte de duas "análises"... vale a pena ler e é só clicar em cima que fica grande e legível.





sábado, 5 de setembro de 2009

Gilgamesh: das contas aos contos


“Salve Gilgamesh, Rei de Uruk, salve! Os deuses te criaram a perfeição...”
Há exatos dez anos vi a encenação do poema épico babilônico Gilgamesh considerado a primeira obra literária da humanidade. Foi elaborado a quase três mil anos em doze tábuas de argila, escritas em cuneiforme, onde estão colocadas as inquietações que sempre perseguiram o homem: o problema da morte, o significado da vida, a busca da imortalidade e a resignação diante do destino.
Gilgamesh, filho de uma deusa, é descrito como 2/3 deus e 1/3 homem. Dela herdou a beleza e dele a mortalidade. O poema apresenta relatos de conflitos sempre em forma literária. Uruk no sul da Mesopotâmia, situada a leste do rio Eufrates, teria sido o pano de fundo dos acontecimentos descritos. Suas muralhas e o templo dedicado a Ishtar foram construídos por ordem de Gilgamesh.
Pensei: a escrita nasceu da necessidade de fazer contas chegando aos contos. Uma simples maneira de ajudar a memória desenvolveu-se em forma e conteúdo ao longo de muitos séculos. Ajudar a memória é? Ainda bem, pois não consigo viver sem agenda.
Aos fatos, então... Há muito tempo na Suméria apareceu uma escrita pictográfica. Seu aspecto lembra os primeiros símbolos gráficos da pré-história e representam conceitos que devem ser interpretados para se constituir na mensagem. Depois vieram os sistemas fonéticos, cujos primeiros usuários foram os fenícios. Os especialistas garantem que eles são as matrizes de diferentes alfabetos fônicos empregados no mundo atualmente.
E tudo começou com Gilgamesh buscando a imortalidade? Acredito que não. As raízes dessa escrita estavam presentes na cultura antes dele, mesmo considerando-se a característica principal de Uruk, a criatividade.
As primeiras versões escritas dessa literatura apareceram junto com contratos e outros documentos econômicos. Nessa época os poetas, escritores e sábios esforçaram-se para fixar na escrita e divulgar obras literárias da tradição oral: hinos aos deuses, mitos, orações, ensaios filosóficos, textos eruditos e a epopéia de Gilgamesh, a obra mais difundida. Por volta de 2.000 a.c. essa língua desapareceu da região sendo substituída pelo acadiano, que se dividiu em dois dialetos, assírio e babilônio.
O declínio da escrita coneiforme se deu quando os arameus penetram na Mesopotâmia e trouxeram uma língua representada por meio de um alfabeto linear, fácil de aprender e utilizar, acessível a todos e possível de ser transposto em suporte leve, o papiro.
Acessível a todos? Nenhuma sociedade moderna pode ser vangloriar de 100% de alfabetizados ainda. Porém, a escrita nunca foi democrática. Surgiu como um instrumento do governo para categorias de especialistas. Ao fixar o costume de um suporte estável, impede pouco a pouco que esse produto espontâneo da consciência coletiva evolua com a sociedade, como a tradição oral permitia.
Tanto que nas sociedades ocidentais existe uma separação do discurso falado e do texto escrito, concebido para ser visualizado e não escutado. Essa evolução pode ter facilitado um retorno à imagem combinada ao alfabeto e os novos ideopictogramas tendem a provar isso. Seria uma escrita neo cuneiforme via computador ou algo como dos contos as contas?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fala ae galerinha, tudo bom?
Espero que sim..

calor durante a semana... será que o fim de semana será de chuva e frio? Enquanto o sol se esconde atrás de algumas nuvens - até a última vez em que fui à rua, não havia sol (de onde trabalho, não tenho noção de como fica o tempo lá fora), o jeito é se programar para aproveitar a cultura paulistana, que...
... se despede das exposições Ocupação Zé Celso (no Itaú Cultural) e Sophie Calle (no Sesc Pompeia), mas dá as boas vindas à primeira individual de Matisse (Pinacoteca do Estado e Estação Pinacoteca). As duas primeiras são imperdíveis: uma por falar do grande Zé Celso Martinês Corrêa e o seu lendário teatro Oficina, mais ativo do que nunca; e outra por falar da francesa Sophie Calle que transformou o fim do namoro em obra de arte.
no cinema, nenhuma estreia bombástica, mas acho que vale a pena assistir ao francês "Uma Canção de Amor" e o suspense "A Órfã". Se quiser levar o pai, a mãe, o namorado, a afilhada e o cachorro ao cinema, a dica é a animação "UP - Altas Aventuras". Em cartaz, permanecem "Almoço em Agosto", "Aquele Querido Mês de Agosto", "Gigante", "O Milagre de Santa Luzia" e "Tempos de Paz", entre outros.
na área musical, a Paula Lima, de voz incomparável, faz show no Teatro Mars, no domingo. O ingresso é bem barato e custa apenas R$ 15 (estudante paga meia). Na quarta, é a vez de Pedro Luis e a Parede invadir o Studio SP, melhor do que nunca sem a fumaça do cigarro. No mesmo dia e no mesmo local, Marcia Castro se apresenta no projeto Cedo e Sentado - ou seja, quarta é dia de ir ao Studio e ficar lá boas horas!
por fim, se decidir se aventurar no teatro, as dicas são "Comunicação a uma Academia" (no espaço Noir), "Memória da Cana" (segunda), "Foi Carmen" (terça) e "Aqui Quase Longe" (quinta)...
vamos?
e o melhor da semana passada foi a peça “A Filosofia na Alcova”, escrita e dirigida por Rodolfo Garcia Vázquez e interpretada pela cia. Os Satyros. A montagem, baseada em um texto de marquês de Sade, narra a história de um jovem garota que passa a ter aulas de educação sexual com dois libertinos. Atuações, iluminação e trilha sonora precisas! Ah, e “chocante” e “libertino” na medida certa.
Vale menciar o filme “Anticristo”, de Lars Von Trier, que tem imagens sensacionais (mas, se for assisti-lo, prepare-se para cenas fortes de automutilação), e a atuação de Joaquin Phoenix no "triste de dar dó" "Amantes".

dias agitados... e, espero eu, sem chuva e sem frio!

é isso
até mais
se cuidem!
alan

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Três vezes de quinze...

Aproveitando o espaço, estou publicando uma coluna bem divertida da nossa colega Rosa Bertoldi que saiu no Jornal da Cidade em 27/08/2009

"A filha me acha desastrada e o dentista Flávio Monteiro pensa que, como os incas, fumo cannabis ativa, mito ligado à minha geração, mas que as ruas vão ter um cheiro diferente depois da nova lei do fumo, ah, isso elas vão! Quanto a mim: falo de Woodstock, direitos iguais e meus preferidos são os poetas simbolistas como Blake, Rimbaud e os malucos da geração beatnik. Pessoa comum alimentando-se de integrais, fazendo reposição hormonal, tomando florais, acreditando em ET e no Dalai Lama, divertindo-se com rock and roll e Caetano Veloso.
Faço uso do lado direito do cérebro produzindo idéias flexíveis, divertidas, visuais, místicas, imaginativas, não lineares... Daí viver esbarrando nas coisas. O consolo é saber que artistas, rebeldes e empreendedores têm fama de empregar esse tipo de pensamento. Mesmo estando tão bem acompanhada, “saia justa” não falta no meu guarda-roupa! Em relação às academias, tenho passagens engraçadas. Certa vez, caí da esteira e uma outra fiquei presa em um aparelho de musculação. Acabei literalmente resgatada pelos bombeiros. Mas a preocupação atual é outra.
Três vezes de quinze... No princípio, era o verbo, reza a Bíblia. Comigo foi: no princípio, fui reprovada no teste de vista ao renovar a carteira de motorista. Saí da clínica com a impressão de estar quase cega, pelo mau jeito da examinadora, mesmo precisando de menos um grau em lentes para longe. Tenho óculos de três graus para perto e acho o máximo. Dá um ar de intelectual, não é?
Três vezes de quinze... Mais um, na série de acontecimentos, que me levou a pesquisar sobre a terceira idade. Avisos em bancos e supermercados acusam a idade de 60 anos. Então, o brasileiro deveria viver 90.
Porém, a média é de 75, portanto, ela tem início aos 50. Com o avanço da medicina e tratamentos de rejuvenescimento, a população remoçou 10 anos, afirmam especialistas. Isso significa contar a idade a partir de 11 anos? Se somar 10 aos 60 das placas, essa tal terceira idade começa aos 70. Entendeu? Nem eu. Vai ver é o contrário...
Ao mesmo tempo, matriculei-me em nova academia. Como os exercícios são modificados a cada mês, as anotações das fichas são escritas a lápis. Bem, eu não enxergo de perto, e, para ser sincera, nem de longe. Estico, estico o braço e não vejo nada. O professor indica os aparelhos. Eu pensando no Saramago, em seu ensaio sobre a cegueira, reconhecendo como ele, necessitar dela para melhor enxergar aquilo que os olhos não desejam ver. Porém, dia desses, vi com esses olhos que a terra há de comer: 3 x 15 em letras tão grandes ou maiores que as impressas na primeira página do JC. Ri e perguntei: três repetições de 15 para as pernas? Estou contando a história e pedindo ao diagramador letras miudinhas, daquelas para serem lidas com lupas! Não liga, ela é excêntrica mesmo, dirá minha filha, fazendo coro com o Flávio e agora com o Diguê. Esquisita... por acredita em disco voador ou por não conseguir ler a ficha na academia?"

A autora é colaboradora do Ju Machado Escritório de Arte e assina com o pseudônimo de Rosa Bertoldi

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Big Inspector Center


Alguém pode me explicar o que são as canetas BIC?

Pensei e discuti muito sobre esse assunto nos últimos dias.

Todo mundo já comprou uma BIC ou uma caixa de BICs. Mas alguém já viu uma BIC acabar? Alguém já viu o tubo plástico com tinta ficar transparente? Eu nunca tinha visto, até a semana passada... Na academia, mas porque a BIC fica amarrada e ninguém leva.

É impressionante. Você compra, rouba, acha, perde, compra mais, rouba mais...e no final nunca tem uma BIC e tem de sair procurando canetas por aí.

Imagine quantas BICs são produzidas por ano e PARA ONDE AS ANTIGAS VÃO? Caneta não é chocolate que você come e acaba. Mas elas simplesmente desaparecem.

Uma amiga, uma vez, comentou que achava que as BICs eram acessórios extraterrestres que são lançados na Terra para nos monitorar. Essa conversa aconteceu há uns 7 anos... E estou começando a acreditar que é verdade. Foi uma forma simples, barata e EFICIENTE que os marcianos encontraram porque NÃO é possível. Não podem servir prá outra coisa, porque prá escrever mesmo, dura uns 5 minutos e desaparecem.

Onde estão todas as BICs feitas? Por que elas simplesmente desaparecem da sua vida? Como pode todo mundo perder mais do que achar BICs? Para onde elas vão?

Se alguém puder me responder, por favor, eu agradeço.

PS. Ao procurar uma imagem da caneta prá por no post, caí num Blog que escreve o seguinte:
"
O Perigo das Canetas Bic
Elas são sondas espaciais que nos espionam.

Essa história é bem divertida. Ela fala dos perigos de se usar as mundialmente famosas canetas Bic. Quem alerta é o Serviço Secreto União dos Povos.

Segundo a mensagem, as letras da marca dessa caneta formam a abreviatura de Big Inspekto Center, ou seja Centro de Grandes Inspeções. E quem realiza essas grandes inspeções?

É aí onde reside o perigo. Essas canetas, presentes em quase todos os lugares da casa ou do escritório, são, na verdade, sondas espaciais camufladas enviadas à Terra por aliens, seres alienígenas.

A Nasa está envolvida nessa trama articulada pelos aliens. Os alienígenas estão interessados em invadir a Terra e conta com a colaboração da Agência Espacial Americana nessa empreitada.

Qual o interesse da NASA nessa invasão?

Mistério total, pois se não houvesse mistério, informações sonegadas, interesses nebulosos então não haveria nenhuma teoria conspiratória, nem mesmo esta aqui.

Tudo não passa de mais uma história divertida"